ATA DA SEPTUAGÉSIMA SEXTA
SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA
LEGISLATURA, EM 22-8-2013.
Aos vinte e dois dias do
mês de agosto do ano de dois mil e treze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha
do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas
e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Clàudio Janta, Dr. Thiago, João Carlos Nedel, Jussara Cony,
Lourdes Sprenger, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mario Manfro, Paulo Brum,
Reginaldo Pujol, Séfora Mota, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra. Constatada a existência de quórum, o
senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os vereadores Alberto
Kopittke, Alceu Brasinha, Any Ortiz, Cassio Trogildo, Delegado Cleiton,
Elizandro Sabino, Christopher Goulart, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna,
Idenir Cecchim, João Derly, Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro, Mônica Leal,
Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Prof. Alex Fraga, Valter Nagelstein e Waldir
Canal. À MESA, foram
encaminhados: o Projeto de Resolução nº 032/13 (Processo nº 2504/13), de
autoria dos vereadores Alberto Kopittke, Engº Comassetto, Marcelo Sgarbossa,
Mauro Pinheiro e Sofia Cavedon; o Projeto de Resolução nº 026/13 (Processo nº
2347/13), de autoria do vereador João Carlos Nedel; e o Projeto de Lei do
Legislativo nº 269/13 (Processo nº 2340/13), de autoria do vereador Márcio Bins
Ely. Também, foi apregoado o Ofício nº 1058/13, do senhor Prefeito,
encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 031/13 (Processo nº 2509/13).
Após, foram apregoados os seguintes Memorandos, deferidos pelo senhor
Presidente, solicitando autorização para representar externamente este
Legislativo, em Porto Alegre: nº 018/13, de autoria do vereador Bernardino
Vendruscolo, hoje, no Grande Expediente em homenagem ao vigésimo primeiro
aniversário da Loja Maçônica Centenário nº 332 do Grande Oriente do Rio Grande
do Sul, no Plenário 20 de Setembro do Palácio Farroupilha; nº 026/13 (Processo
nº 2454/13), de autoria do vereador João Carlos Nedel, amanhã, em cerimônia
alusiva ao Dia do Soldado, na sede do 3º Regimento de Cavalaria de Guarda; e
s/nº, de autoria da vereadora Séfora Mota, no dia de ontem, na solenidade de
abertura da 16ª Semana Municipal e 19ª Semana Estadual das Pessoas com
Deficiência, no Auditório Mondercil Paulo de Moraes, na sede do Ministério
Público do Estado do Rio Grande do Sul. Em continuidade, foi apregoado
Requerimento de autoria do vereador Delegado Cleiton, deferido pelo senhor
Presidente, solicitando autorização para representar externamente este
Legislativo, hoje, em ato comemorativo ao vigésimo quinto aniversário da Escola
Municipal Especial de Ensino Fundamental Professor Elyseu Paglioli, em Porto
Alegre. Ainda, foi apregoado o Memorando nº 144/13, do senhor Gabriel
Franceschetti Müller, Diretor-Geral da Câmara Municipal de Porto Alegre,
deferido pelo senhor Presidente, informando que os vereadores Alceu Brasinha,
Bernardino Vendruscolo, Engº Comassetto, Professor Garcia e Reginaldo Pujol
manifestaram interesse em participar de visita de parlamentares do Rio Grande
do Sul a organizações militares do Exército e da Aeronáutica, organizada pelo
Comando Militar do Sul e pelo V Comando Aéreo Regional, no Município de Santa
Maria – RS. Em continuidade, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador
Airto Ferronato, solicitando Licença para Tratamento de Saúde nos dias de ontem
e hoje. Do EXPEDIENTE, constaram Comunicados do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação do Ministério da Educação, emitidos no dia nove de
agosto do corrente. Após, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador
Pedro Ruas, solicitando Licença para Tratamento de Saúde do dia de hoje ao dia
trinta e um de agosto do corrente, tendo o senhor Presidente declarado
empossado na vereança o suplente Prof. Alex Fraga, informando que Sua Senhoria
integrará a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação. A seguir, o
senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao senhor Leonardo
Mesquita Soriano, Presidente do Movimento Nacional da Liberdade Humanitária,
que discorreu sobre o tema “mobilidade urbana”. Em prosseguimento, nos termos
do artigo 206 do Regimento, os vereadores Valter Nagelstein, Delegado Cleiton,
Paulinho Motorista, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Prof. Alex Fraga,
Alceu Brasinha, Alberto Kopittke, Jussara Cony e Márcio Bins Ely
manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Após, o
senhor Presidente concedeu a palavra, para considerações finais sobre o tema em
debate, ao senhor Leonardo Mesquita Soriano. Às quinze horas e dois minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e
três minutos. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Márcio Bins Ely,
Valter Nagelstein, Any Ortiz, esta em tempo cedido pelo vereador Mauro
Pinheiro, Clàudio Janta, Dr. Thiago, Sofia Cavedon, Alberto Kopittke, Idenir
Cecchim e Prof. Alex Fraga. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os
vereadores Valter Nagelstein, Christopher Goulart, Engº Comassetto e Alceu
Brasinha e as vereadoras Mônica Leal e Jussara Cony, esta duas vezes. A seguir,
o vereador Engº Comassetto procedeu à entrega, ao senhor Presidente, de
proposta de alteração do Regimento no relativo à forma de composição de
Comissões Parlamentares de Inquérito. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se os
vereadores Alceu Brasinha, em tempo cedido pelo vereador Elizandro Sabino, e
Clàudio Janta, em tempo cedido pelo vereador Dr. Thiago. Na ocasião, a
vereadora Jussara Cony procedeu à entrega, à senhora Presidenta, de documento
contendo informações acerca da efetividade de servidores públicos durante a
greve geral ocorrida no dia onze de julho do corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciou-se o vereador Idenir Cecchim.
Durante a Sessão, os vereadores Alberto Kopittke, Sofia Cavedon, Alceu
Brasinha, Valter Nagelstein, João Carlos Nedel, Jussara Cony e Clàudio Janta
manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Às dezessete horas e vinte e
quatro minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada
pela vereadora Mônica Leal, a senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos,
convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora
regimental. Os trabalhos foram presididos pelo vereador Dr. Thiago e pelas
vereadoras Sofia Cavedon e Lourdes Sprenger e secretariados pelo vereador João
Carlos Nedel. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e
aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Passamos à
TRIBUNA POPULAR
O
Sr. Leonardo Mesquita Soriano, Presidente, representando o Movimento Nacional
da Liberdade Humanitária, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10
minutos, para tratar de assunto relativo à mobilidade urbana.
O SR. LEONARDO MESQUITA SORIANO: Retorno a esta
Casa, após mais de um ano, quando no dia 15 de março de 2012, fiz uso da
palavra nesta tribuna para denunciar a falta de licitação no transporte público
da nossa Cidade; isso há mais de um ano. Não vim aqui para provocar brigas
pessoais, nunca fiz isso. Também não estou aqui para acusar qualquer pessoa.
Vou apenas passar para vocês algumas analogias que eu fiz que, tenho certeza,
podem contribuir muito para o assunto que está em pauta.
Como eu já havia denunciado no ano passado, as
empresas de ônibus operam sem licitação há mais de 20 anos na nossa Cidade. Eu
observei que, do dia 1º de janeiro de 1989 a 1º de janeiro de 2005, a nossa
Cidade foi governada por um único Partido. A nossa Cidade não tem licitação há
mais de 20 anos; por 16 anos, foi o mesmo Partido. Foi exatamente em 1989 que
houve o grande mistério entre a Prefeitura e as empresas de ônibus, que
fecharam um acordo extrajudicial, e a Prefeitura ainda pagou mais de R$ 10
milhões para a tão poderosa ATP. No dia 27 de fevereiro de 1989, foi criada a
empresa pública Carris, ficando seis empresas sob intervenção da Prefeitura e
oito empresas privadas. No dia 12 de março, foi concedido o reajuste de 40% na
tarifa, e devolvidas outras empresas para seus respectivos donos. Foi nesse
mesmo período que foi criado o plus
tarifário. Em 1991, arrecadou mais de R$ 11 milhões. Com o dinheiro, foram
adquiridos 142 novos ônibus e 48 ônibus foram para criar uma nova empresa: a
Restinga. Quem são os sócios da Restinga? As outras 12 empresas cujos
dirigentes são da ATP! Isso não parece curioso? O Prefeito, na época,
transferiu o poder de gerir o plus
tarifário para a ATP. O então Procurador-Geral do Rio Grande do Sul entrou com
uma ação de inconstitucionalidade. A liminar foi aceita de imediato e aprovada
na Câmara. Encerrou o plus tarifário
e sobraram R$ 12 milhões! Esse dinheiro nunca foi devolvido para o bolso dos
porto-alegrenses. O Prefeito, na época, elegeu-se Governador; o seu Vice,
elegeu-se Prefeito, e o candidato que fez o acordo com a ATP tornou-se Deputado
Estadual.
No dia 15 de março de 2012, eu vim até aqui para
denunciar a falta de licitação no transporte público, quando fui agredido
fisicamente, fui humilhado na frente da minha família, fui chamado de marginal
e ainda fui expulso da Câmara sem direito à voz, casualmente, por esse mesmo
Partido que ficou 16 anos no Poder. Hoje, eu entendo a revolta que tiveram
comigo; na época, eu não entendi. Claro! Esse mesmo Partido apoiou – não digo o
Partido inteiro, mas uma grande parte da Bancada desse Partido, apoiou – a
ocupação da Câmara, que aconteceu este ano. Tal ocupação que foi realizada pelo
grupo chamado Bloco de Lutas, que dizem não ter líderes, mas só aparecem na
linha de frente candidatos derrotados na última eleição que, somados, não fazem
mil votos! A causa? (Palmas.) Obrigado. A causa pela qual eles lutam, eu
defendo e luto por ela há muito tempo, e sozinho. Não só concordo com a luta do
Bloco de Lutas como eu luto por ela há mais de um ano e reitero a minha
legitimidade na luta. Eles se dizem os pais da causa, mas muitas vezes parecem
faltar com o respeito pela democracia, mostram-se autoritários e egoístas. O
principal movimento que criou o Bloco de Lutas, do qual eu fazia parte – acho
bem importante falar, o Movimento Nacional de Liberdade Humanitária fazia parte
do Bloco de Lutas, mas resolvi me excluir quando começou a bagunça –, na última
eleição estampava, em suas janelas, na Borges de Medeiros, bandeiras desse
mesmo Partido. É curioso, não? E esse mesmo Partido que hoje cobra a licitação
do transporte público da atual gestão da nossa Cidade esquece de dizer que, no
Governo do Estado, nenhuma empresa intermunicipal possui licitação para operar!
Nenhuma empresa intermunicipal possui licitação para operar. E, casualmente, o
mesmo Partido, que ficou 16 anos no Poder e que hoje cobra a licitação na nossa
Cidade, não o faz no Estado.
Vejam bem, eu não estou acusando ninguém; se eu
falei alguma mentira, depois vocês podem rebater; estou falando tudo através de
provas e documentos, é uma analogia verdadeira. Onde está a coerência em tudo
isso? Onde está a coerência? Expulsam e agridem uma pessoa que vem sozinha
fazer uma denúncia sobre o transporte público, chamam de marginal uma pessoa
que vem de peito aberto e cara limpa lutar pelo transporte, mas apoiam um
movimento que depreda o patrimônio público, que usou drogas na frente de
crianças dentro da Câmara, segundo relato de alguns seguranças, que invade o
plenário no meio de uma Sessão, que falta com respeito com os colegas
Parlamentares, que cobra licitação no Município, mas não faz o mesmo no Estado.
Eu gostaria de algumas respostas, e essa é a minha contribuição no momento.
Acredito que agora as coisas começam a ficar
mais claras para a população de Porto Alegre, porque até agora nós só vimos um
grande jogo de plateia, mas a pessoas continuam andando num ônibus precário, as
empresas não cumprem a tabela horária. Se vocês andarem pela Cidade, tenho
certeza que muitos vão conhecer uma realidade que não conhecem, que é a
superlotação dos ônibus, principalmente no Extremo-Sul, um preço abusivo da
passagem, injusto e, acima de tudo, ilegal, porque não respeita a nossa
Constituição, não respeita o art. 175 da Constituição Federal, que diz que toda
a empresa que prestar o serviço público deve passar por uma licitação, e que,
desde 1989, nós não possuímos.
Então, quero agradecer pela oportunidade e dizer
que a população de Porto Alegre continua atenta. Por mais que aconteçam algumas
manobras políticas, baixas e de oportunismo, quem é do bem vai continuar na
luta. Então, comecem a pensar antes de falar e criar oportunismo barato. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Sr.
Presidente, eu quero cumprimentar o Leonardo Mesquita Soriano, quero
cumprimentar a sua família, as pessoas que o acompanham. E, ao mesmo tempo,
acho que devemos um pedido de desculpas ao Leonardo, porque o que ocorreu está
na Internet, está para o mundo ver. O Leonardo, na última vez que esteve aqui
exercendo o seu sagrado direito de expressar suas opiniões, foi agredido na
Câmara Municipal de Vereadores. Basta que as pessoas que nos assistem pela TVCâmara
acessem o You Tube e coloquem: “Estudante é agredido na Câmara de Vereadores de
Porto Alegre”. Agredido por quem, Sr. Presidente? Por alguns Vereadores que
dizem, na retórica, que são democratas, mas que não aceitam e não admitem serem
contraditados. Pior, porque se fosse, Ver. Delegado Cleiton, uma contradição ou
uma argumentação falaciosa, mentirosa... Mas o que o Leonardo veio dizer aqui,
da outra vez, e foi agredido, é a mais absoluta verdade: ele veio dar nome e
dar cronologia aos fatos!
Quando é que começou o processo esse que
redunda, agora, nesses movimentos todos do passe livre? Começa com a encampação
das empresas; começa seis meses depois, quando tiveram que devolver, porque
viram que aquele discurso e aquela demagogia não se sustentavam; começa com a
indenização de R$ 24 milhões pagos à ATP; continua com o plus tarifário, que teve que ser incluído à passagem, e, portanto,
nós, porto-alegrenses, tivemos que pagar o custo daquela demagogia! Isso passa
pelo Governo do Sr. Olívio Dutra, Prefeito; passa pelo Governo do Sr. Raul
Pont, Prefeito, e quem paga essa fatura é o atual Governador Tarso Genro. Mas,
na verdade, quem paga somos nós!
E nós vimos, nessa data, Sr. Presidente – e eu
concluo em nome do meu Partido, o PMDB, agradecendo o tempo –, termina com aquilo que temos
visto aqui que aconteceu na invasão. As pessoas começaram a chegar e a reclamar
da nossa Guarda da Câmara, que faz um serviço impecável, e aí disseram que a
Guarda não deixava entrar, para, logo em seguida, no primeiro momento em que
acusaram V. Exa. de arbítrio, que acusavam todos os Vereadores de arbítrio, no
primeiro momento, tomaram de assalto, num golpe, a nossa Câmara de Vereadores e
fizeram muito pior do que a Guarda, porque botaram comitês lá na frente e aqui
dentro, e ninguém, que não era aliado deles, circulava. E a mesma coisa
aconteceu com o Leonardo. Na frente da sua família, dos seus pais, do movimento
que lidera, foi agredido aqui dentro. E aí dizem que são os democratas.
Então,
a ele, a nossa solidariedade e a certeza, Sr. Presidente, de que nós temos,
sim, que revisar esse processo das passagens, mas nós não podemos permitir aos
oportunistas, esses que, na última hora, surgem como defensores, mas que, na
verdade e no fundo, são os grandes responsáveis pelo custo da passagem e pela
história toda do descaso, do descalabro que se estabeleceu no transporte
público de Porto Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Delegado Cleiton está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. DELEGADO CLEITON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, jovem militante Leonardo Mesquita, eu, que venho do movimento
estudantil, parabenizo a sua atitude, uma atitude que demonstrou que ninguém
inventa a roda. É, ninguém inventa a roda. Há um ano atrás, eu assisti pela
televisão que o Leonardo Mesquita havia colocado o que hoje é a fundamentação
de lutas de estudantes. Eu espero aqui que seja reconhecido que o Leonardo
Mesquita trouxe essa manifestação, uma manifestação muito justa, e que não seja
reconhecido como pelego. É, que não seja reconhecido como pelego! É um
estudante que veio aqui na Câmara de Vereadores e fez uma manifestação que hoje
é bandeira de luta.
Então,
acho que ninguém inventa a roda, isso é importante dizer aos senhores, e aqui
foi agredido, e foi agredido até porque, de repente, veio sozinho. Então, é
importante parabenizá-lo em nome do PDT, e estamos parabenizando o militante, o
jovem Leonardo Mesquita. Obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Paulinho Motorista está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PAULINHO
MOTORISTA:
Um abraço, Presidente; um abraço, Leonardo Mesquita, que é do meu Partido – me
orgulho de dizer isso; um abraço à sua família, que tenho certeza que eles me
conhecem também, porque trabalhei 24 anos no transporte em toda esta Porto
Alegre, principalmente no Extremo-Sul.
Quero dar os parabéns porque o Leonardo é um
jovem que luta. Com certeza, alguma coisa que aconteceu no passado, de o
Leonardo ser agredido... Eu acho sempre que uma agressão é uma covardia,
porque, geralmente, a agressão é um ato covarde de muitos em cima de um
indivíduo só. Eu, com certeza, não estava presente nesse dia. Não deixaria que
isso acontecesse, se fosse da minha parte, porque eu gosto da paz, mas detesto
a covardia. Então, quero te dar os parabéns, e essa luta pelo transporte... A
gente sabe que o transporte tem que melhorar, essa qualidade de vida. A gente
vê aqueles ônibus, principalmente do Extremo-Sul, superlotados – o pessoal não
consegue subir, não consegue passar para frente, estão pagando a sua passagem e
têm o direito de andar com qualidade. A gente está junto para lutar contra essa
má qualidade do transporte. Eu quero dizer que estamos juntos e que estaremos
sempre aqui para reforçar essa tua luta. E quero te mandar, também, um abraço
do nosso Líder, o Ver. Airto Ferronato, que está com um problema de doença, mas
te mandou um abraço – me ligou agora de manhã.
Pode contar com a Bancada do PSB, e tenho
certeza de que pode contar com todos os 36 Vereadores que estão aqui presentes,
porque eu acho que essa é uma luta de todos. Acho que não tem um Vereador que
não queira uma qualidade de transporte, uma qualidade de vida, para que as
pessoas tenham a qualidade de não ficar horas dentro de um transporte, uma
qualidade de vida de ficar mais tempo em casa com os seus familiares, e não
passar por essa dificuldade do dia a dia. Um abraço, Leonardo.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. LEONARDO
MESQUITA SORIANO: Obrigado, Vereador.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Falo pelo Partido dos Trabalhadores, em
nome dos Vereadores Engº Comassetto, Kopittke, Marcelo Sgarbossa e Mauro
Pinheiro. Quero dar os meus cumprimentos ao Sr. Leonardo Mesquita Soriano,
jovem Leonardo, e colocar aqui, Leonardo, que questões de violência, para nós,
são questões que se tem que resolver na Delegacia de Polícia, fazer registro, e
ela elucidar as questões que reclamas aqui, ou na Comissão de Direitos Humanos.
Sobre o tema de transportes que o senhor traz à Casa, quero fazer um registro,
porque, na sua análise, o senhor pula um período muito importante e talvez não
analise os dados atuais. Nós estivemos, com muita honra, por 16 anos nesta
Cidade. Após isso, já temos oito anos de administrações do Prefeito Fogaça e
Fortunati, que hoje anuncia medidas de tentativas de saneamento de uma Cidade
que está com as finanças seriamente comprometidas, mas que, comparando o valor
da passagem, e V. Sa. faz uma análise, acha que foi prejudicial a nossa gestão,
e à época, nos últimos anos de Administração Popular, nós éramos a 14ª Cidade
mais cara – 14ª –, e hoje a cidade de Porto Alegre é a segunda passagem mais
cara do Brasil. Nossa, veja o quanto ela encareceu no período pós-Partido dos
Trabalhadores! Outro dado comparativo importantíssimo é que a Carris recebia
muitos prêmios por gestão e era uma pujante empresa que criou os Ts, as linhas
transversais, que não existiam em Porto Alegre, e hoje ela está em crise,
denunciada no Ministério Público, está com sérios problemas financeiros de
sobrevivência e gestão, e seu dirigente, o que está na SMOV, está respondendo
por corrupção. Ainda é preciso falar das reclamações, porque todo esse
movimento nas ruas, com os quais V. Sa. diz que concorda, nós temos dados do
Ministério Público – e eu já encerro Presidente – que dizem que é mil por cento
de aumento das reclamações registradas no 156, de inconformidade com a
qualidade do serviço prestado. Há um aumento exponencial da insatisfação com a
qualidade, ou seja, há um descuido, um descaso com a gestão e com a qualidade.
Eu acho que tem que acrescer, em sua análise, um período posterior, que foi
muito pior e que justifica, sim, que a mobilização aconteça em nossa Cidade, e
nós temos que responder. Eu, como Vereadora eleita, e o senhor, como candidato
a Vereador que foi, e deve se orgulhar disso.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. LEONARDO MESQUITA SORIANO: Eu me orgulho muito. Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Obrigado, Presidente. Eu falo em nome da
Bancada do PSD e cumprimento o Leonardo Mesquita. Não vou entrar muito em
detalhe, porque vivo em Porto Alegre há muitos e muitos anos, e aqui, como em
todo o Brasil, a gente vê acontecerem coisas que até Deus duvida.
Leonardo,
eu ouvi a tua fala e depois a do Valter e dou os parabéns. Quem bate esquece;
quem apanha vai lembrar sempre. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver. Tarciso, V. Exa. fala com
muita propriedade.
Ver.
Alex, é um prazê-lo tê-lo aqui, professor.
O
Ver. Prof. Alex Fraga está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PROF. ALEX FRAGA: Boa-tarde a todos. Eu falo em nome da
Bancada do PSOL, estou substituindo o Ver. Pedro Ruas, que entrou em
Licença-Saúde.
Eu
e toda a Bancada do PSOL nos solidarizamos com a sua luta, a sua luta é nossa
também. Eu gostaria de destacar algumas coisas que talvez não tenham ficado bem
claras: o Bloco de Lutas, ao qual o senhor se referiu, tem dez anos, ele não é
uma invenção deste ano, então é uma batalha, uma peleia. Muita gente, como o
senhor, vem, há muitos anos, tentando reduzir o preço da passagem da nossa
Capital, e, felizmente, este ano, conseguimos uma grande vitória. Apesar de o
Prefeito José Fortunati dizer que não seria possível a redução do preço, o
Tribunal de Contas provou que era, e o Ver. Pedro Ruas e a Ver.ª Fernanda
entraram com uma ação e conseguiram reverter o aumento dessa passagem.
Também
peço que o senhor canalize toda a sua energia e, já que o senhor é militante do
PSB, como falou o Paulinho Motorista, seja solidário a essa pauta e cobre do
seu Partido, que é da base do Governo, é da base do Fortunati, para abrir
licitação.
Ele estava no Governo anterior, do José Fogaça, era Vice-Prefeito, não foi
aberta a licitação. Tem dois anos encabeçando a Prefeitura da nossa Cidade, e
nada de licitação. Então, se o seu Partido está nessa base, ele é também
solidário à manutenção da condição como ela está. Só peço a sua energia para
somar força a essa luta. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ALCEU
BRASINHA:
Sr. Presidente, querido amigo Leonardo Mesquita, eu sou dos que admiram o seu
trabalho. Nós já tivemos debates juntos, e acho que o senhor está fazendo o
certo, não está fazendo o errado; isso me deixa muito satisfeito. Mas eu quero
também lembrar à Ver.ª Sofia Cavedon – não ao Ver. Alberto Kopittke, porque ele
não estava aqui, talvez fosse guri – os 5.844 dias de vergonha nesta Cidade que
o PT deixou, porque a deixou literalmente quebrada, Ver. Idenir Cecchim. Eu
tinha vergonha de dizer que morava em Porto Alegre, e a Ver.ª Sofia Cavedon
morava, era Secretária deste Município e não fez nada. Por que a senhora não
fez, na época? Porque era o seu Governo? Eu sou um Vereador que reconhece as
coisas boas que acontecem no Governo do Estado. O Governo Tarso Genro tem feito
muitas coisas pelo Rio Grande, mas a senhora tem que parar de vir aqui querer
desconstituir o Prefeito Fortunati e dizer que nada sabe. Quem sabe é a
senhora. E os 5.844 dias que realmente deixaram a Cidade quebrada, literalmente
falida, não havia nem talão de cheque. Cento e setenta e seis milhões de reais
de dívidas, e acham que estavam contentes.
Então, quero dizer, Ver.ª Sofia Cavedon, lembra
do passado, continua cuidando do seu passado, que não é bom. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE:
Quero cumprimentar aqui o nosso colega, porque todos os suplentes também fazem
parte desta Casa. Seja muito bem-vindo. Que nós, como jovens, possamos seguir
essa luta, sempre, na sociedade, pelas causas justas, tendo serenidade. De vez
em quando, realmente, ela falta em alguns momentos, e é uma pena que isso
aconteça. Eu acho que nós todos aqui temos que sempre lutar pela serenidade,
que as coisas se resolvam por meio do diálogo, não pelo uso da força, jamais
pelo uso da força, embora alguns ainda tenham saudades da ditadura. Tu sabes,
como um jovem socialista, que alguns, na nossa sociedade, ainda realmente acham
que os problemas políticos têm que ser resolvidos no cassetete, pela tropa de
choque, e nós, como jovens socialistas, como tu do PSB, muito bem lutamos
contra isso.
Eu gostei muito da tua fala exatamente sobre
esses 3.142 dias do Governo Fogaça e Fortunati, que hoje decreta quebra da
Prefeitura. Esse é o maior escândalo da história do Rio Grande do Sul que a
Cidade está vivendo e, infelizmente, eu sei que entristece a todos nós. E eu
gostei dessa parte quando tu mencionaste, e essa é uma luta realmente de todos
nós. Agradeço-te e que possamos seguir sempre na luta, cuidando um pouco para
não estar ao lado de pessoas que efetivamente jamais estiveram lutando pela
mesma causa que tu. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. JUSSARA
CONY: Em
nome da Bancada do PCdoB, do Ver. João Derly e desta Vereadora, em primeiro
lugar, eu queria cumprimentar o Leonardo, que é Presidente Movimento Nacional
da Liberdade Humanitária, acho que há uma relação direta, pelo menos na nossa
concepção político-ideológica, entre liberdade e humanismo. Não há humanismo
sem liberdade, e, sem liberdade, nós não chegaremos ao humanismo. Então, é
nesse sentido que eu quero fazer a nossa intervenção, dizendo que eu venho – o
João Derly é um jovem – de uma outra época. Tu também és um jovem. Eu venho de
uma época em que a unidade era estratégica para enfrentar uma ditadura militar
e construir a democracia para que todos pudessem ter, como têm hoje neste País,
o direito à livre organização, à livre expressão. Eu venho de uma época em que
a unidade era bandeira da esperança e chave da nossa vitória.
No fim de semana passado, esta Casa teve um
papel importante, porque fez, presidida pelo nosso Presidente, a eleição de
oito Vereadores delegados para a Conferência Estadual das Cidades, em que a
temática da mobilidade urbana, sem dúvida nenhuma, está exatamente na consigna
da Conferência. Quem muda a Cidade somos nós: reforma urbana já! Não faremos,
não teremos reforma urbana sem tocar na questão da mobilidade urbana, que foi o
que colocaste aqui, mobilidade urbana, mas ligando com outra questão
fundamental, que é a própria função social da terra. A mobilidade urbana não
ocorrerá como deve ser, com garantia de qualidade a todos, enquanto não
enfrentarmos interesses mais econômicos do que sociais, enquanto nós não tivermos,
por exemplo, uma Carris, que está sucateada, a altura de ser aquela empresa
pública que nos garante, inclusive, o processo de articulação em Parcerias
Público-Privadas e como modelo de qualidade.
Por fim, eu gostaria de te dizer que estamos num
outro momento. Nós, do PCdoB, estamos acompanhando este momento com os mesmos
princípios que eu citei no primeiro momento quando falei aqui sobre a questão
da unidade. E nós entendemos que não podemos generalizar, porque, senão,
acabamos somando com aqueles que querem o retrocesso no nosso País, e, nesse
sentido, todos aqueles que venham somar para a construção de uma Nação cada vez
mais soberana, mais democrática, mais desenvolvida, com sustentabilidade, sem
dúvida, através das suas diferentes formas de luta, naturalmente são
bem-vindos. E eu digo isso – e finalizo, Presidente –, porque a mim e ao meu
Partido, o PCdoB, não nos interessa nem gostamos das generalizações: “política
não presta, Partido não presta”. Tu mesmo pertences a um Partido do campo
popular e da esquerda. Então, acho que a tua vinda aqui nos faz fazer algumas
reflexões, não só nós, Vereadores, que viemos aqui e damos apartes, mas também
o Movimento que tu diriges e que tem oportunidade pela luta democrática de
estar aqui neste momento nesta Casa Legislativa.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento, pelo Governo.
O SR. MÁRCIO
BINS ELY:
Ver. Dr. Thiago, ao cumprimentá-lo, quero cumprimentar os demais Vereadores e
Vereadoras. Cumprimento o representante do Movimento Nacional de Liberdade
Humanitária, o Presidente Leonardo Mesquita Soriano. Agradeço ao Vice-Líder do
Governo, meu colega de Bancada Mario Fraga e aos Vereadores Airto Ferronato,
Líder do Governo, e Reginaldo Pujol, Vice-Líder, por me cederem o tempo de
Liderança de Governo para fazer esta saudação a ti. Saúdo os nossos
telespectadores e o público das galerias que acompanha a nossa Sessão.
Eu também trago aqui uma reflexão e acredito
muito oportunas as tuas colocações, porque a gente percebe, hoje, em Porto
Alegre, algumas novas realidades que são importantes de serem reafirmadas. Nós
tivemos a oportunidade de aprovar aqui um Plano Diretor Cicloviário. Eu
acredito que, hoje, a ciclovia é algo presente e real na Cidade. Não estava
pensada, mas, agora, passa gradativamente a ter a sua extensão e o seu alcance
ampliados por uma política pública priorizada pelo nosso Governo. Hoje, quem
quiser atravessar o lago Guaíba pelo Catamarã, por uma necessidade de ofício,
pode fazê-lo, mas para fazer turismo também é possível, passando ali pela Ilha
da Pólvora. Quero falar também aqui, Ver. Mario Fraga, que o metrô está na
agenda positiva, sim, da Cidade. Nós estamos trabalhando pela recuperação,
remodelação e qualificação dos corredores de ônibus para implementar, em Porto
Alegre, aquilo que já é realidade ali em Curitiba, que são os ligeirinhos,
trazendo agilidade e agregando qualidade ao serviço de transporte coletivo em
Porto Alegre. E tantas outras questões; hoje, brotam, em Porto Alegre, obras de
mobilidade urbana, viabilizando inclusive algumas trincheiras, como o “x” da
Rodoviária, a Aparício Borges, as obras de arte da 3ª Perimetral e tantas
outras duplicações; a Pinheiro Borda, a própria rodovia do parque chegando
aqui, a segunda ponte. Então, Porto Alegre tem a sua população mais ou menos
equilibrada, nas últimas três décadas, temos 1,4 milhão de habitantes, esse
número não tem variado muito. Quando se fala nessas intervenções e nessa
qualificação de espaços urbanos, estamos agregando, sim, qualidade de vida à
população.
Meus cumprimentos, aqui, pela tua manifestação,
vida longa ao Movimento Nacional da Liberdade Humanitária. Obrigado, mais uma
vez, ao meu colega Ver. Mario Fraga por me permitir fazer uso deste tempo.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Sr. Leonardo Mesquita Soriano está com a
palavra para suas considerações finais.
O SR. LEONARDO
MESQUITA SORIANO: Quero agradecer a oportunidade de ter vindo aqui à Casa. Solicitei
a Tribuna Popular por ser um direito democrático, não passei por cima de
ninguém e não agredi ninguém para estar aqui. Respondendo ao colega que disse
que meu Partido é conivente com a falta de licitação e com a falta de
transparência: quero lembrar que, antes de existir o PSOL, há mais ou menos 10
anos, tu fazias parte de outro Partido. Então, quero perguntar: onde vocês
estavam naquele momento? Vocês faziam parte do Governo. Então, esta é a minha
consideração. Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Eu quero te dizer, ensejado pela posição de
alguns Vereadores, o que eu já te disse lá na presidência: que nós somos
completamente contrários à violência aos movimentos sociais e que existem
muitas formas de violência: violência é cercear o direito de ir e vir;
violência é subtrair equipamentos,
violência é cercear o trabalho da imprensa também, não é só violência física.
Quero
te dizer que nós advogamos a liberdade plena das ideias e dos ideais, e é muito
fácil quando as ideias são as mesmas nossas, mas é muito mais difícil, e é uma
ação que a gente precisa, a cada dia, exercitar mais, poder ter a sensibilidade
e a escuta do contraditório. Então, registro a nossa solidariedade e quero te
dizer que isso a gente tem executado na prática. Se nós não tivéssemos feito
isso, certamente, nesse processo traumático que esta Casa viveu, nós poderíamos
ter saído daqui com vítimas. Essa foi uma grande vitória que muito pouca gente
lembrou. Quero te agradecer e dizer que as portas desta Casa estão abertas à plena
manifestação de ideias, como a que tu vieste fazer aqui hoje. Um abraço.
Suspendo os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h2min.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago – às
15h3min): Estão
reabertos os trabalhos.
Passamos
às
COMUNICAÇÕES
O
Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra em Comunicações.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Sr. Presidente, Ver.
Dr. Thiago, ao cumprimentar V. Exa., quero cumprimentar os demais Vereadores,
Vereadoras, público que nos assiste nas galerias, pela TVCâmara, senhoras e
senhores, venho a esta tribuna, hoje, falar um pouquinho a respeito dessa pauta
que nos incita a uma reflexão, que foi trazida na Tribuna Popular, a respeito
de mobilidade urbana e um pouquinho também a respeito dessa realidade que vive
a nossa Cidade. Recebemos, nesta semana ainda, a LDO, das mãos do Sr. Prefeito,
aprovamos o Plano Plurianual, que é também uma perspectiva de metas, é um norte
a ser atingido com as priorizações das políticas públicas para a nossa Cidade,
mas dentro de um contexto de avaliação de uma situação financeira e econômica
que nos remete a uma responsabilidade, um momento importante de cautela. Hoje,
tivemos uma reunião importante com o Prefeito, o Vice-Prefeito e a base do
Governo a respeito de algumas reestruturações, remodelações, enxugamento da
máquina pública no sentido de eficientizar o serviço público, mas não só isso
também, procurando dar algumas respostas importantes de maneira a agregar
tecnologia sem diminuir a qualidade do serviço. Então, o Prefeito nos trazia alguns
dados relevantes, que acredito importantes, e alguns exemplos que quero
compartilhar com os demais Vereadores. Um deles me chamou a atenção, e até o
Ver. Mario Manfro foi citado pelo nosso Prefeito, e é o que diz respeito ao
incremento das equipes odontológicas na Cidade. Nós tínhamos menos de 20
equipes, em 2005, quando assumiu o Governo Fogaça, e hoje temos 75 equipes. Aí
se percebe um avanço claro de investimentos no que diz respeito à saúde bucal.
Nós sabemos o quanto é importante a prevenção na saúde bucal, mas nós sabemos
também que esse tipo de investimento traz e agrega valor e faz uma grande
diferença, principalmente para o nosso público jovem. Quero também aqui
destacar um outro dado relevante, que entendi oportuno, que diz respeito aos
investimentos na área de assistência. Quero mencionar nosso colega, Ver.
Christopher Goulart, que integra nossa Bancada, e sem demérito e torcendo pela
recuperação pronta do nosso querido Ver. Socias Villela, mas dizer que a FASC,
hoje, iniciou sua caminhada com um orçamento que praticamente está triplicado,
isso também demonstra e traz o tamanho do compromisso que o nosso Governo tem
com as questões que envolvem a área social do nosso Município. Alguns outros
dados também, que entendo relevantes, dizem respeito a cortes e o Prefeito está
disposto, e já anunciou, inclusive, a redução de CCs. Um dado que servirá de
balizador para o teto salarial do serviço público será o salário do Prefeito da
nossa Capital. Ou seja, nenhum servidor público irá receber ou perceber mais do
que o próprio Prefeito. Isto também demonstra a grandeza da responsabilidade
que tem o nosso Governo com a Cidade, no momento em que, efetivamente, teremos
que fechar as torneiras, mas sem esquecer dos compromissos e sem causar
qualquer prejuízo nos investimentos nas áreas da saúde, educação e assistência
social, que foram reafirmados pelo Prefeito. É verdade, todas as obras que
estão iniciadas vão continuar, mas teremos algumas situações em que a
priorização será estabelecida, e uma foi bem destacada pelo Prefeito e
Vice-Prefeito, que é a priorização estabelecida e pré-estabelecida na rodada
única do Orçamento Participativo, que se encerrou no sábado passado, ali no
Humaitá. Aquela rodada única contou com mais de mil pessoas dando a sua
contribuição e procurando priorizar aquilo que entende, para a sua região, mais
oportuno de se despender o recurso público, com a melhoria e a qualificação de
espaços urbanos ou de serviços naquela região. Enfim, ao todo teve a
participação de mais de 16 mil porto-alegrenses, o que também revela que o
Orçamento Participativo está vivo. Quero cumprimentar aqui a Gringa, que é
nossa Conselheira lá da Região de Planejamento, Fórum de Planejamento 8, e o
Everton, que é Conselheiro da Saúde lá da Região do Extremo-Sul. Sabemos o
quanto é importante e o quanto as conquistas da população, a partir dessas
ferramentas e desses mecanismos devem ser priorizadas, porque se cria uma
expectativa, cria-se um escalonamento, cria-se um regramento, e as pessoas se
organizam, batalham, participam, dão a sua contribuição, e quando têm ali
referendado por aquelas plenárias, por aquele conjunto, por aquele coletivo –
porque ali está representado o interesse coletivo e não os interesses
individuais; não estão ali representados empreendimentos ou projetos
específicos da iniciativa privada –, que, sim, têm a sua vontade representada.
Quero dizer que estes mecanismos devem ser aprimorados e até aqui, fazendo uma
homenagem à presença destes dois representantes da Região Sul de nossa Cidade,
eu diria que nós trouxemos já para a pauta, para o debate desta tribuna, a
criação da Região 9 de Planejamento, em respeito àquela comunidade que, em
realidade, vive numa região de ocupação rarefeita da Cidade, mas num núcleo de
ocupação intensiva, que é a Restinga. Quero dizer que também estaremos
empenhados neste sentido para, o quanto antes, formularmos essa alteração no
Plano Diretor. Quero dizer também que nós estamos firmes no trabalho da Frente
Gaúcha de Cooperativismo – Frencoop/RS –, integrada nesta Casa
por 17 Vereadores, que a nossa prioridade tem sido o debate com as cooperativas
habitacionais. Pelo curto espaço de tempo que temos nesse período de
Comunicações, numa próxima oportunidade teremos condições de enfrentar essa
pauta. Muito obrigado pela atenção.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra em
Comunicações.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; Vereador Líder do PMDB, por que
o Governo do Estado, o Governador Tarso não licitou ainda o transporte
intermunicipal? Por que o Governo do Estado aumentou em 76% o gasto com CCs,
somando hoje mais de 10 milhões de reais por mês o custo com CCs, e aqui na
Câmara de Vereadores o discurso é outro? Deixo essas duas perguntas no ar para
reflexão, afirmando também que quem baixou um decreto dizendo que haveria, em
dois anos, a licitação do transporte público de Porto Alegre, e governou por
mais seis, foi o PT – e não fez a licitação! O compromisso nosso nos contratos
de gestão assinados agora, do nosso Governo, é que, até o final do ano, haverá
a tal da licitação que eles não fizeram.
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Ruy Barbosa,
talvez o maior jurista da história deste País, dizia que “Mandato não é escudo,
mandato é farol”; dizia que “toga não é capa, toga é manto”. Essa frase é muito
profunda: mandato não é escudo, mandato é farol; toga não é capa, é manto. Não
se pode se esconder atrás da função pública para cometer crimes desses que a
sociedade brasileira está enojada, como corrupção, e não se pode se esconder
atrás de um mandato para cometer crimes como calúnias. A imunidade da tribuna
tem limites, e os limites da imunidade parlamentar estão consagrados na fala e
na jurisprudência do próprio Supremo Tribunal Federal brasileiro. Aqui não se
pode subir e dizer o que se quer, da forma que se quer, assacando a dignidade
das pessoas e a honra. Ontem, o que se viu da fala desqualificada do Ver. Comassetto foram acusações
inaceitáveis para uma casa parlamentar e para a honra de qualquer cidadão. Sob
qualquer aspecto, o Ver. Comassetto, aqui, ontem, cometeu um crime. E ouçam
bem, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, o que eu estou dizendo: sob qualquer
aspecto, na tribuna, ontem, o Ver. Comassetto cometeu um crime. Porque, se o
que ele diz é verdadeiro, que este Vereador fez negociatas, fez ou intentou
fazer um negócio escuso, se o que ele diz é verdadeiro e ele não tomou
providências, Sr. Presidente, ele prevaricou! É crime, é um prevaricador! Se,
por outro lado, o que ele disse ontem não é verdadeiro – e ele vai ter que
provar –, ele caluniou!
Então,
sob qualquer aspecto, a desqualificação do Vereador o coloca na situação de
criminoso. E vai responder! Vai responder porque eu já requisitei, hoje pela
manhã, o processo, Sr. Presidente, à Secretaria Municipal de Indústria e
Comércio. Eu estou fazendo uma representação judicial e juntando o processo
para que ele mostre, no processo, onde é que está a maracutaia. Eu não tenho
nada a esconder, Ver. Cecchim! Eu cheguei à Secretaria – ele disse que eu criei
–, e esse processo já existia. Era a permuta de um terreno por outro terreno no
Parque Industrial da Restinga, iniciado à época do Secretário Idenir Cecchim. A
parte me procura e diz o seguinte: “Me foi proposta uma contrapartida, além do
valor da diferença, Vereador-Secretário. Essa contrapartida nós achamos que não
é factível, porque é um terreno que custa tanto, é outro terreno que custa
tanto, nós queremos pagar a diferença. E a contrapartida que nós oferecemos,
que o Secretário nos sinalizou, é o asfaltamento de uma rua, e o orçamento
disso é R$ 1 milhão. Não é possível, não é cabível, não é factível. Nós
queremos continuar o negócio, o senhor pode reavaliar?” Isso está no processo.
E eu atendi a essa parte como atendi a outras centenas, e digo: posso
reavaliar.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Valter Nagelstein prossegue a sua
manifestação, a partir deste momento, em Comunicação de Líder, pelo Governo.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Eu encaminhei esse processo à Procuradoria-Geral
do Município, à Secretaria da Fazenda. Quem tem vida pública aqui sabe que é
impossível qualquer tipo de gestão, de influência, de advocacia administrativa
sobre o Setor de Avaliação da Fazenda Municipal, sobre a Procuradoria-Geral do
Município. E, por essas instâncias, o tal do processo esse que ele disse e me
acusou das coisas mais abomináveis aqui nesta tribuna ontem, esse processo
tramitou e circulou até chegar à Câmara de Vereadores, para fazer uma permuta.
O que ele disse que o Ver. João Dib era contra, na Câmara, está aqui para
qualquer Vereador, qualquer um de V. Exas., está aqui o Parecer do Ver. João
Dib. (Mostra documento.) Ver. João Antonio Dib, 11 de novembro de 2011: “Somos
pela aprovação do projeto com a Emenda nº 01 do Relator”. O Parecer da CEFOR,
com o Ver. João Antonio Dib: “Há unanimidade”. Isso que ele disse que era
maracutaia simplesmente para atacar, de forma leviana, um colega, um Par. Está
aqui o Parecer da CCJ, da mesma forma, assinatura unânime dos integrantes da
CCJ. O Relator, Ver. Mauro Zacher: “Pela aprovação”.
Então,
passa pela PGM, passa pelo Setor de Avaliação da Secretaria da Fazenda, passa
por todas as Comissões, e um preclaro, iluminado, gênio da lâmpada, Ver. Carlos
Comassetto, diz que tem maracutaia! E acusa este Vereador de ter feito
negociata! Não é da minha estirpe, não faz parte da minha natureza. E me olhe
nos olhos quando falo com o senhor; me olhe nos olhos quando falo com o senhor!
Não tem coragem. A mesma que não teve ontem quando eu iria apresentar – e hoje
gasto o Tempo de Comunicações para isso –, pediu verificação de quórum para não
ter que ouvir as verdades. Volto a dizer o que disse ontem, e que reverbere,
alto e bom tom: tenho 43 anos, trabalho desde os 16, fui estagiário, fui
auxiliar administrativo, fui executivo da Federação das Indústrias, fui diretor
de instituição financeira, tive o meu nome mandado ao Banco Central, passei em
sabatina na Assembleia Legislativa, fui Líder do Governo nesta Casa, fui
Secretário da Indústria e Comércio de Porto Alegre, com muita honra e muito
orgulho, e não há nada para falar da minha vida. Nada para falar da minha vida.
Volto a dizer: esse processo é público, é transparente. Eu requisitei que ele
retornasse e vou juntá-lo numa ação criminal porque a ação criminal é o único
caminho, a única forma de se responsabilizar aqueles que são levianos. De novo:
não tenho nada tenho a temer, minha vida é aberta. Só o que lamento – e concluo
por aquilo que iniciei – é que pessoas utilizem o seu mandato e utilizem a tribuna,
ao contrário do que disse Rui Barbosa, não como farol para sinalizar virtudes,
mas como escudo para esconder a sua covardia; não como manto para dar exemplo,
mas como capa para se esconderem quando, de fato, tem que mostrar a cara. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Mônica Leal está com a palavra
em Comunicações. (Pausa.) O Ver. Paulo Brum está com a palavra em Comunicações.
(Pausa.)
A
Ver.ª Any Ortiz está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do
Ver. Mauro Pinheiro.
A SRA. ANY ORTIZ: Muito boa-tarde, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras; eu venho aqui hoje porque eu estava esperando falar isso ontem,
Presidente, mas, infelizmente, não tive oportunidade pois, por falta de quórum,
a nossa Sessão foi encerrada. Eu venho aqui falar sobre a lei que protocolei
nesta Casa que revoga o artigo que autoriza a cobrança do valor equivalente à
meia bandeirada nas chamadas de radiotáxi. Esse artigo gera interpretações
diferentes e, por esse motivo, foi parar na Justiça. Eu acho que nós aqui temos
um papel fundamental de regularizar e de fazer leis, e leis que realmente sejam
importantes para a população, claras, e que não gerem esses conflitos que
precisam ser levados à Justiça, para que o Poder Judiciário tenha que cumprir
um papel que é nosso. Por esses motivos, eu decidi entrar com o projeto para
revogar o artigo. Tivemos muitas divergências com a categoria, que dizia que eu
estava tirando deles um direito, o que é mentira, tanto é que o Tribunal de
Justiça decidiu que esse valor da chamada – hoje, 50% equivalem a R$ 2,11 – não
pertence ao motorista de táxi, pertence, sim, ao radiotáxi. O Tribunal julgou,
e eu esperei a publicação do acórdão para vir a esta tribuna dizer que mais
importante ainda é a gente poder apreciar o meu projeto aqui no plenário e
levá-lo à votação. Por que ele ainda não vem à votação? Porque, de repente,
numa surpresa, eu vi que tinha um substitutivo ao meu projeto de lei, do Ver.
Nereu, que ontem se sensibilizou e aceitou retirá-lo.
Eu
gostaria também de agradecer ao Ver. Mario, que sabe que eu entendo muito bem
desse assunto, eu sei claramente o que está acontecendo, eu sei, dentro da
Justiça, o que foi determinado, para quem é o valor dessa tarifa, e que foi
equivocada a atitude do Ver. Nereu em apresentar um substitutivo para um
projeto cuja matéria, talvez, ele desconheça.
Aproveito,
colocando isso, para fazer um apelo e pedir a sensibilidade dos Vereadores que
compõem a CCJ para, tão logo apreciem o meu projeto, elaborem um parecer para
ele poder vir à votação, a fim de evitar que qualquer tipo de dúvida referente
a essa taxa dos R$ 2,11 seja posta tanto pelos usuários dos táxis quanto pela
categoria de taxistas, ou pelos donos das empresas de teletáxi.
A
partir desse novo desenrolar e da publicação desse acórdão, eu entendi que era
preciso ir um pouco mais adiante nesse assunto. Colocar-se, de fato, uma
regulamentação clara a respeito dessa tarifa que, por alguns, era entendida
como deslocamento e, por outros, era entendida como chamada, um valor que
mantivesse a estrutura de teletáxis, como foi redigido em 1976.
Nesse
segundo projeto que eu protocolei, eu coloco que a cobrança desse valor de meia
bandeirada seja feita em função do deslocamento. Então, ela deve ser paga ao
motorista e não à tele, com um porém: o motorista deve sempre avisar ao cliente
que cobra essa chamada, e não só deixar isso por conta das teles. Eu incluí
também os aplicativos de smartphones, os pontos de táxi que hoje não são
contemplados e todos aqueles credenciados a qualquer tipo de sistema pelo qual
a gente possa chamar o motorista de táxi, para que, sim, esse seja interpretado
como um diferencial – ir até a casa do cliente –, mas não só restrito às
empresas de teletáxi.
Para
finalizar, gostaria de mais uma vez agradecer a sensibilidade que teve o Ver.
Nereu, por ter compreendido que este assunto não pode ser debatido por quem não
tem a total noção do que está acontecendo, e apresentando um substitutivo, que
eu entendia completamente equivocado, porque ele facultava o pagamento, e o
pagamento a gente sabe que não pode ser facultado, e sim a cobrança. Então,
apresentei outro projeto de lei para regulamentar, e, de uma vez por todas, a
gente poder acabar com esse grande mal-entendido que está acontecendo por conta
de uma legislação que deixa lacunas. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Waldir Canal está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.)
O
Ver. Christopher Goulart está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CHRISTOPHER GOULART: Exmo. Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, público que nos assiste pela
TVCâmara, amigos e amigas que nos assistem aqui nas galerias desta Casa. A
importância, para mim, de ocupar este espaço, aqui nesta tribuna, pela sua
repercussão, pela sua profundidade, sendo esta Casa de debates da Capital do
Rio Grande do Sul, enfim, para abordar um relato do que ocorreu, que teve
impacto em âmbito nacional, ontem, em São Borja. Estivemos lá representando o nosso
Partido, a nossa Bancada também – Ver. Clàudio Janta, Ver. Mario Fraga, Ver.
Nereu D’Avila, Márcio Bins Ely, Ver.ª Luiza, Ver. Dr. Thiago –, e a
representatividade em nome do Partido Estadual, o nosso PDT. O que ocorreu, em
âmbito preliminar, foi o início da deflagração do início da exumação do corpo
do ex-Presidente João Goulart. Ontem, esteve a parte pericial da Polícia
Federal, que analisou previamente o local, o jazigo, o espaço físico, foi
realizado um mapeamento 3D, para, num próximo passo, serem conduzidos os restos
mortais do ex-Presidente Jango para Brasília, sob a guarda da Polícia Federal,
onde estarão atuando peritos internacionais, uruguaios e argentinos.
Nós
exigimos também a presença de peritos cubanos, e se fará presente a Cruz
Vermelha para dar um escopo, uma responsabilidade, uma sustentação
internacional de credibilidade a esse procedimento, que é inédito no País.
Jamais foi feita uma exumação nesse âmbito político e histórico, que deflagra
uma série de situações futuras.
Nós
investigamos, sim, um provável atentado, um provável assassinato, mas com ampla
repercussão política, numa análise da memória, da verdade e da justiça de que
nós somos militantes, e há fortes indicadores de que essa é uma causa que tem
sustentação, credibilidade, em função de todas as ameaças que aqueles que
lutaram pela democracia neste País sofreram, não só meu avô, mas todos aqueles
que se manifestaram pela abertura democrática deste País.
É
importante também esclarecer – e esclarecer, sim, na Capital do Rio Grande do
Sul –, como um compromisso, porque na cidade de São Borja – valorosa cidade de
São Borja – houve alguma preocupação – válida e importante – com que os restos
mortais do ex-Presidente Jango não retornassem para lá. Pois, reafirmamos aqui
desta tribuna, agora, na condição também de agente político, este retorno, sim.
Isto talvez tenha um impacto maior, porque falamos de um ex-Presidente gaúcho,
de um ex-Presidente que, certamente, pauta as ações da esquerda nacional do
País. Com certeza, todos os segmentos que têm uma visão esclarecida sobre as
reformas do Estado brasileiro, acompanham atentamente esse processo, que será
feito este ano.
Ano
que vem, será o cinquentenário desse golpe civil-militar, a importância do
diálogo, e a importância da definição em âmbito acadêmico, político, do que
representou esse legado para o país.
Mas
nós propusemos, e é importante relatar para esta Casa, para a cidade de Porto
Alegre que, no momento em que se devolvam à cidade de São Borja – e nós
assumimos esse compromisso – os restos mortais do ex-Presidente João Goulart,
nós encaminharemos a sugestão de um luto oficial, uma celebração de uma missa
que preceda o decreto do luto oficial, que, por sinal, o meu avô nunca teve.
Foi silenciada na data da sua morte, seu enterro foi eivado de uma série de
mistérios, o silêncio foi a versão oficial do Governo. Jamais houve luto
oficial para esse ex-Presidente da República, e eu tenho muito orgulho de, como
neto, 50 anos depois, poder contribuir nesse sentido.
Que saia desta Casa, que saia de São Borja, e que, por necessidade histórica, cívica, por um processo republicano, uma justiça de transição que se mostra, sim, favorável ao resgate de uma memória de impacto, como é este caso, que se decrete luto oficial na cidade de São Borja – um dos encaminhamentos que nós entendemos muito válido e de importância histórica.
É
nesse sentido que eu queria pautar essa ação, reafirmar esse compromisso, e
dizer, da minha parte, que vamos seguir com muita honra, com muita
personalidade, firmes no resgate desses princípios políticos históricos, mas
aplicá-los à prática. Essas são as minhas palavras, e quero agradecer pela
atenção de todos. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra
em Comunicações.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, público que nos assiste pela TVCâmara, público das galerias, hoje o
nosso Prefeito fez o anúncio de contenções que a Prefeitura irá fazer, como
todo o povo brasileiro está tendo que fazer. Eu venho aqui falar nas medidas
que o Prefeito irá fazer, em curto prazo, que poderão possibilitar – eu
acredito que seja para isso – que haja mais investimentos do Poder Público na
Saúde e na Educação, onde o Prefeito diz que nada será cortado; e esperamos
que, pelo contrário, seja ampliado, tal a necessidade que o nosso povo de Porto
Alegre tem na questão da Saúde.
O
Prefeito vai diminuir as frotas de carro. O pedido que esta Casa fez, que nós
fizemos, porque não é necessária essa montoeira de carro que hoje o Município
tem, foi para diminuírem os carros alugados e os celulares. Isso,
automaticamente, vai diminuir a manutenção de todos esses carros, vai permitir
que a Prefeitura fique com mais dinheiro no seu caixa. Todo um grupo de servidores
que chega a ganhar duas vezes o que o Prefeito ganha terá que vir para o teto
do salário do Prefeito. Eu acho que isso é de extrema importância, porque a
cidade de Porto Alegre não comporta, nos seus cofres públicos, essa oneração
muito grande. E, além disso, o Prefeito se compromete, com medidas em médio e
longo prazo...
O
que mais me surpreende – e vim a esta tribuna várias vezes falar isso, tive o
privilégio de falar no dia de ontem e volto a falar hoje – é a necessidade que
a cidade de Porto Alegre tem de diminuir o número de CCs. E, no anúncio de
hoje, o Prefeito diz que irá diminuir 95 CCs. Isso é completamente
insuficiente, é impossibilitar investimentos da Prefeitura na área da Saúde e
na área da Educação. Isso significa somente 10% dos Cargos em Comissão que
temos no Município de Porto Alegre. Nós temos um número de funcionários no
Município de extrema competência que pode ajudar o Executivo, um número de
estagiários bem grande, que também pode ajudar o Executivo.
Agora, duas coisas que nós temos que fazer: diminuir drasticamente o número de CCs, pois essa diminuição de apenas 95 é muito tímida – nós temos que diminuir, no mínimo, à metade esses CCs, e com certeza conseguiremos diminuir mais na questão de carros, frota, manutenção e celulares; e, principalmente, o número de Secretarias do Município, pois as contas públicas do Município, não comportam mais esse número que temos de Secretarias. A cidade de Porto Alegre não tem necessidade de ter a quantidade de Secretarias que tem, muitas vezes, no fim, prestando o mesmo serviço, chegando ao mesmo objetivo. Acho que temos que investir muito nas Secretarias da Saúde, Educação, Assistência Social e Mobilidade Urbana; investir muito nas Secretarias que possam ajudar o Governo a arrecadar mais, a trazer mais dinheiro para os cofres públicos. É necessário fazermos uma reestruturação nas Secretarias, bem como a reestruturação de CCs. Esperamos que isso seja feito, não em longo prazo ou em médio prazo; esperamos que o Prefeito inclua, nesse seu plano de austeridade que é necessário para a Cidade se desenvolver, a diminuição maior de CCs e a diminuição de Secretarias. Com força e fé vamos seguir lutando pelos trabalhadores de Porto Alegre e do Brasil. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Solicito à Ver.ª Sofia Cavedon que assuma
a presidência.
(A
Ver.ª Sofia Cavedon assume a presidência dos trabalhos.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Dr. Thiago está com a palavra em
Comunicações.
O SR. DR. THIAGO: Obrigado, Ver.ª Sofia. Venho pontuar
algumas situações e ações que têm nos chamado muito a atenção e que precisam,
efetivamente, ser divulgadas.
Primeiro,
Ver. Paulo Brum, que já se manifestou desta tribuna, ontem estivemos
participando, junto com a Ver.ª Séfora e o Ver. Paulo Brum, da abertura da 19ª
Semana Estadual da Pessoa com Deficiência e da Semana Municipal da Pessoa com
Deficiência. Muito mais do que a comemoração desse período, é a necessidade, é
a ampla reflexão dessa situação, principalmente para, cada vez mais, tentar
incluir essas pessoas, e poder dar a cidadania necessária e a dignidade de vida
que todas essas pessoas merecem. Com muita satisfação estivemos lá no
Ministério Público e pudemos compartilhar e participar efetivamente desse
processo. Também existe um Grupo de Trabalho que está sendo desenvolvido pela
Casa, mas é um pouco diferente de algumas Frentes Parlamentares. Já houve a
Frente Parlamentar pelo Planejamento Familiar, que era muito bem presidida pelo
Ver. Dr. Raul, e agora nós estamos trabalhando um Grupo de Trabalho
pró-planejamento familiar, realmente tentando envolver a sociedade civil
organizada, tentando envolver os entes públicos e privados, tentando envolver
toda a sociedade, para que a gente possa discutir o tema e para que a gente possa
implementar ações que promovam o planejamento familiar. É importante dizer e
sempre reprisar que o planejamento familiar é completamente diferente de
controle de natalidade. Planejamento familiar é a escolha livre e consciente do
método contraceptivo e que faz, efetivamente, com que as pessoas possam ter
liberdade na sua vida, faz com que as pessoas não sejam obrigadas a ter aquele
filho sem querer, faz com que as pessoas não tenham que ter um ciclo de pobreza
determinado; a mulher adolescente acaba tendo filho adolescente e acaba sendo
obrigada, com 19 anos, a ter três filhos por uma dificuldade de escolha.
Eu
quero também participar aos colegas que protocolamos um projeto com relação aos
doentes celíacos, procurando abrir a discussão e dispor sobre um programa que
possa contemplar essa grande parcela da população. Apesar de ser uma doença
classificada como rara para alguns, é uma doença que cada vez é mais prevalente
e o seu tratamento está na dieta.
Eu
não poderia deixar de externar toda a preocupação que nós temos tido já, ao
longo desses cinco anos, com a Saúde Municipal. Eu não poderia deixar de
externar toda a minha preocupação com relação aos fatos ocorridos com o SAMU de
Porto Alegre, os fatos que têm mostrado a completa dificuldade de responder aos
anseios da população e a completa dificuldade que os profissionais estão tendo
de trabalhar. Esses profissionais estão sendo pressionados, estão sendo
coagidos, estão tendo a sua liberdade de falar cerceada pela Secretaria
Municipal da Saúde. É importante que se diga isso. Acho que nós, Ver.ª Sofia,
temos que fazer uma profunda reflexão sobre isso.
Para
finalizar, eu gostaria de externar a minha solidariedade à família da Mithiele
Martins, uma servidora, técnica de Enfermagem, do Hospital Presidente Vargas,
que acabou se matando na semana passada. Nós precisamos avaliar exatamente por
que esse caso ocorreu. Eu deixo já às Comissões atinentes ao tema, para que
possam profundamente analisar o que ocorreu nessa situação.
(Não
revisado pelo orador.)
(O
Ver. Dr. Thiago reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra
em Comunicações.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, senhores, senhoras, Vereadores e Vereadoras, a Prefeitura anuncia
medidas que ainda não conhecemos na sua integralidade, mas que, pelo anúncio
que tivemos aqui, representa um mea-culpa – meia, inclusive, ainda – da
Prefeitura de Porto Alegre em relação às suas decisões de gestão nos últimos
anos. Quantas vezes esta Vereadora e outros vieram a esta tribuna falar dos
supersalários na Prefeitura de Porto Alegre? Modelo que não existia antes,
quando foi criada aquela possibilidade dos 75% do CC sobre o salário de origem.
E eu espero que seja nisso que o Sr. Prefeito esteja cortando nos supersalários
dos Secretários Municipais, que têm R$ 20 mil, R$ 30 mil em salários públicos e
recebem mais R$ 10 mil, R$ 15 mil na cidade de Porto Alegre. E que não aparecem
no site Transparência, porque o
salário vem de outro lugar, Ver. Janta, e isso é muito sério, porque chega a R$
30 mil, R$ 40 mil, quando a Prefeitura de Porto Alegre paga abaixo do salário
mínimo do Padrão 2! Eu não estou nem falando da crise financeira. E os cargos
comissionados com hora extra, prática corriqueira da Prefeitura Fogaça/Fortunati,
que nós, quantas vezes, indicamos que não era correto, que cargo comissionado
não podia ter esse tipo de benefício! Então, se o Prefeito anuncia algo que
deveria ser cumprido à risca, porque eu entendo que seja legalidade, que
ninguém pode ganhar mais do que o chefe da sua esfera, é porque é uma
imoralidade que grassava na Prefeitura de Porto Alegre. E parece que no
Congresso Nacional não é diferente. E o Brasil deve se passar a limpo, pois
ouvi uma notícia, esta semana, de que mais de mil funcionários do Senado e da
Câmara ganham acima do maior salário da Nação, R$ 28 mil.
Esta
é uma Prefeitura que tem dificuldade operacional! Hoje pela manhã, eu estava em
uma das comunidades que deveriam receber obras do PAC 1, pois há mais de seis
anos a Caixa Federal disponibilizou recursos para 109 casas da Vila Asa Branca,
para a bomba do DMAE, para canalização de canal e urbanização, e as casas não
estão sequer levantadas; está uma base abandonada! Não tem trabalhador! Em
plena quinta-feira de manhã, materiais – coloquei hoje à tarde no meu Facebook
– de recursos federais. Mas não é uma situação: nós estamos com todas as dez
obras da Copa com problemas – todas! – porque a Prefeitura fez convênio para
receber os projetos, começou as obras com pré-projetos, não fez estudo
geológico aqui, não tem licença ambiental ali, está fazendo reengenharia lá...
Ou seja, a Prefeitura está desequipada de técnicos qualificados e competentes
na gestão e gasta milhões com supersalários. E com novos CCs. E com desmandos
em empresas públicas, como a Procempa. É extremamente grave! E eu espero que o
Prefeito – ainda vamos estudar as medidas, porque ele está anunciando hoje – de
fato corrija questões seriíssimas que estão prejudicando não o vermelho da
Prefeitura, que, depois, não foi poder contratar financiamentos. Não é isso!
São as obras fundamentais! Obras de infraestrutura, de esgoto, de moradia, lá
na periferia. De pessoas que vivem em casebres, que vivem em situações
precariíssimas, que vivem no meio do lodo, que vivem no meio do lixo, que vivem
no meio do esgoto, porque não andam as obras com financiamento federal. E não
faltam financiamentos federais! Há muitos financiamentos federais!
Então,
o grande prejuízo das opções de gestão, da farra de gratificações para os altos
salários a que nós assistimos, uma atrás da outra, estão prejudicando a
população mais pobre da cidade de Porto Alegre. Então, nós queremos ver
medidas, de fato, que corrijam, que coloquem no rumo, que coloquem austeridade,
seriedade no recurso público também na Prefeitura de Porto Alegre.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, colegas Vereadores e
Vereadoras, senhoras e senhores, vou aqui ter que gastar talvez 15, 20 ou 30
segundos para falar sobre duas questões desse capítulo em que o Ver. Valter
gasta todo o tempo possível para se explicar e que, quanto mais se explica,
mais se enrola. Tenho certeza de que não prevariquei quando defendi aqui contra
o projeto que ele defendia, que eu considero, sim, politicamente imoral e
ilegal, porque a troca de uma área pública para uma empresa das suas relações.
Tanto que o Ver. Sebastião Melo, então Vice-Prefeito, a nosso pedido, retirou o
Projeto daqui, da Casa, e a Bancada do PMDB nunca apoiou esse Projeto. Então,
eu estou muito tranquilo aqui para poder discutir em qualquer fórum sobre este
tema e sobre o papel que desempenho aqui como oposição. Sempre que houver
qualquer comprometimento do patrimônio público, estarei aqui, fazendo a defesa,
como fiz naquele momento, e muito me orgulho disso.
Segunda
questão: o Prefeito Fortunati anunciou um conjunto de medidas hoje, e essas
medidas não resolverão o problema da gestão pública do Município de Porto
Alegre. E eu quero aqui justificar inclusive o que nós já fizemos nos dias 23 e
24 de abril de 2010. Nós temos o prazer de ter o Guilherme aqui, que é um
jornalista do Jornal do Comércio, e eu quero que a Câmera mostre aqui, por
favor. (Mostra jornal.) Este aqui é o Jornal do Comércio de 24 de abril de
2010. Naquele momento em que o Fogaça renunciava à Prefeitura e a entregava ao
Fortunati, nós já dizíamos: “A Prefeitura vai quebrar”. Por que a Prefeitura
iria quebrar, Ver.ª Sofia Cavedon? Primeiro, porque fez um loteamento entre
mais de 13 Partidos sem um programa de cidade, e entregou um conjunto de
Secretarias para esses diversos Partidos sem nenhum controle de gestão e de
administração. Cada um fez e faz o que quer, e o Prefeito não responde ao
conjunto dos escândalos que nós já denunciamos aqui ao longo desses sete anos.
Eu
vou repetir alguns aqui, e eu quero que o Ver. Valter Nagelstein venha aqui,
para esta tribuna, não para prevaricar; quero que ele venha dizer onde estão os
R$ 14 milhões roubados do Instituto Sollus, da Saúde, porque até agora isso não
foi esclarecido o que culminou, infelizmente, na morte do Secretário da Saúde.
Aonde foram os R$ 10 milhões do consórcio da juventude, que não foram
explicados até agora? Aonde foram os mais de R$ 17 milhões que foram pelo duto
no DEP, dirigido pelo PMDB, que estourou, e que, até agora, não teve resposta?
Aonde foi o prejuízo de R$ 22 milhões, da Carris, administrada pelo PMDB, no
final do ano passado, sem nenhuma resposta? Aonde foram os mais de R$ 50
milhões que toda a imprensa divulga, Ver.ª Mônica, sendo que muitos deles
voaram pela janela, dinheiro da Procempa? Prevaricar é não vir aqui a esta
tribuna, seja de qual for o Partido, para cobrar isso. E, lá no dia 23 de abril
de 2010, nós já divulgávamos aqui que, em 1º de janeiro de 2005, a Prefeitura
tinha 425 CCs; em 2010, tinha 762 CCs; hoje tem mais de mil CCs. Para que mais
de mil CCs se, ali na Secretaria de Planejamento, que agora é de Urbanismo, não
aprovam um projeto desde o início do ano, e a Cidade está paralisada? A Caixa
Econômica Federal disponibiliza R$ 5,4 bilhões – e não tem projetos –, e a
Prefeitura perde dinheiro todos os dias. Então, venho aqui novamente, em nome
do meu Partido, do PT, na oposição, para fazer esse debate com os colegas
Vereadores, porque, dessa maneira, a Prefeitura já quebrou. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Dr. Thiago; Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, realmente, Ver. Mario Fraga, é uma loucura! Vem o
ministro das trevas aqui falar tudo e mais um pouco; vem a profeta, que, quando
faz a profecia, tudo é verdade, ela que sabe tudo! Sabe tudo e não aceita...
Ver. Mario Fraga, Ver. Cecchim, Ver. Janta, falam do Ver. Valter Nagelstein,
que foi um Secretário do Município, talvez um dos melhores Secretários que já
passaram na gestão. Toda hora tem denúncias! Que coisa terrível!
Ver.ª
Sofia Cavedon, a senhora faz qualquer coisa, a qualquer custo a senhora quer
ser Deputada. É isso aí, a senhora sabe que é, Vereadora! A senhora quer ser
Deputada, não importa o preço! Importa é a senhora chegar lá. Quero lhe dizer,
Ver. Sofia Cavedon, que o Prefeito Fortunati toma uma atitude – ele não está
quebrado, ele tomou uma atitude para conter as despesas, e a senhora já vem
dizer que é ruim. O Ver. Comassetto vem dizer que é ruim. O que vocês querem?
Onde vocês querem chegar?
Eu
quero dizer que cuido da minha rua, do meu bairro, da minha Cidade e daquele
pequeno comércio. Sou aquele cidadão que dá emprego e contribui com a Cidade.
Mas vocês não estão contribuindo, estão simplesmente destruindo a Cidade,
Vereadora, como já destruíram. Ver. Comassetto, o senhor sabe que foi destruída
esta Cidade! Por acaso estava muito bom quando o Prefeito Fogaça recebeu de
vocês? Quanto vocês deviam? Quantos problemas vocês tinham no DMLU? Vocês
querem que eu diga quanto era, também? Vocês deviam tudo a que tinham direito.
E agora é denúncia para todos os lados.
Eu
quero lhe dizer, Ver. Comassetto, que o seu Governo tinha... Quatrocentos e
sessenta, o senhor falou? Mas estava quebrado! Estava quebrado, Vereador! O
senhor sabe que estava quebrado. Foi uma correria nos últimos dias, Ver.
Cecchim, escondendo papel para lá e para cá para entregar o Governo, coisas que
até hoje não foram esclarecidas. Até hoje! E aí os profetas da verdade, da
sinceridade, a Ver.ª Sofia e o Ver. Comassetto...
Eu
admiro muito o Ver. Comassetto, mas ele quer ser um Vereador federal. Eu acho
que temos que abrir para ser Vereador federal, porque ele discuta o Brasil. E a
Ver.ª Sofia quer ser Deputada. Então, vou dizer para os senhores:
primeiramente, temos que cuidar de nós. A Ver.ª Sofia foi Presidente desta
Casa, e, aliás, não conseguia cuidar nem ao redor da Casa. Estava tudo cheio de
buracos; tive que pedir para tapar os buracos que cortavam os pneus que
passavam por cima, Ver. Cecchim. Essa era a administração da Ver.ª Sofia
Cavedon. Essa era a Presidente da Câmara. E agora, literalmente, sempre a
Vereadora fica batendo no Governo. O Governo toma uma atitude séria, honesta, e
o Prefeito não se esconde, Vereadora. O Prefeito Fortunati está fazendo o que
tem que ser feito. Vai fazer muito e esta Cidade vai crescer muito, junto com o
apoio de vocês inclusive, mas não desse jeito que vocês querem. Vocês não podem
condicionar o Prefeito. Vocês não podem fazer o que vêm fazendo. Quero dizer
que vocês não podem condicionar o Prefeito, Ver. Valter Nagelstein; querer
fazer o que eles acham que é certo. Quando o Prefeito toma uma atitude séria e
que deve ser feita, são contra. Eles querem ouvir o barulho. Ver, todo dia,
esse circo que está acontecendo; todos os dias. Então, Ver. Comassetto, vamos
começar a cuidar do nosso bairro, vamos cuidar da nossa comunidade. Vamos
cuidar lá, vamos discutir lá, parar de dizer que o Ver. Valter Nagelstein está
com problema. Para um pouco, Vereador. Para! Chega de denúncia!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. ALBERTO KOPITTKE:
Presidente,
apenas para noticiar à Casa que nós protocolamos um Pedido de Informações sobre
o SAMU, solicitando um conjunto de informações sobre onde estavam as
ambulâncias no momento em que aquele cidadão teve um mal súbito, no Centro de
Porto Alegre, sobre o número de atendimentos, sobre quantas ambulâncias foram
despachadas ou não, e sobre quantas pessoas vêm a óbito nos atendimentos do
SAMU. Apenas para noticiar a Presidência.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Há
mais uma questão, Presidente. Em função disso, já que o Ver. Mauro Pinheiro
também já solicitou à Mesa, a Mesa encaminhou ao Secretário Casartelli o
convite para vir a esta Casa tratar sobre outro tema, queremos acrescentar este
e outros da Saúde, mas nós gostaríamos de saber se foi agendado e qual é o dia
que o Secretário virá a esta Casa. Afinal, essa decisão foi tomada na
segunda-feira e hoje já é quinta-feira. Gostaria
de saber se V. Exa. já tem essa data.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr.
Presidente, quero comunicar ao Ver. Alberto Kopittke, a quem admiro muito, e à
Ver.ª Sofia Cavedon que o nosso Presidente da Comissão de Saúde também já fez
um convite ao Secretário Carlos Casartelli e certamente ele vai vir aqui e não
vai se furtar, em hipótese alguma, de esclarecer tudo o que está acontecendo.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Que bom, Ver. Brasinha. Quero dizer que já
encaminhei o Pedido de Informações de V. Exas. e que solicitei ao Líder do
Governo um agendamento com o Secretário. Se nós não tivermos agenda até amanhã,
ele será convocado pela Presidência, dentro da norma do Regimento.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Presidente,
quero informar V. Exa. e colocar à sua disposição, bem como da Bancada do
Partido dos Trabalhadores, o processo completo, capa a capa, este que o Ver.
Engº Comassetto alega que tem ilegalidades. Está à disposição do Ver.
Comassetto, e eu queria, por favor, que ele recebesse, de toda a Bancada do PT
e de todos os Srs. Vereadores. Gostaria que, se for encontrada alguma
ilegalidade, este Vereador coloca à sua disposição o seu mandato.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Vereador.
A Ver.ª Mônica Leal está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. MÔNICA
LEAL:
Presidente Dr. Thiago, antes de entrar no tema que me traz a esta tribuna, eu
gostaria de fazer um registro para as pessoas que nos assistem nas suas casas,
no seu trabalho, e que são muitas, que ficasse esclarecido que esta questão da
Procempa, Ver. Comassetto, todos nós da base aliada temos muito interesse que
seja resolvida. Inclusive fiz um pequeno roteiro para não esquecer de que já
havia diligências abertas pelo Governo Municipal, processos administrativos,
sindicâncias internas em denúncias já sendo investigadas pelo Ministério
Público. Então, nós estamos tranquilos quanto a esse procedimento que foi
imediatamente promovido pelo Prefeito, pelo seu Governo.
Gostaria de externar, hoje, aqui na tribuna, meu
sentimento e preocupação com a situação da nossa Brigada Militar.
Constantemente eu escrevo, no meu blog,
no Facebook, em artigos nos jornais, nas redes sociais, um assunto que é dos
mais recorrentes, que é a falta da segurança que nós estamos vivendo nas ruas
da Cidade, nas cidades do Estado do Rio Grande do Sul. Em fevereiro e em abril,
eu fiz postagens comentando que as ruas de Porto Alegre estavam completamente
desertas. Por vezes, senhores e senhoras, me dei ao trabalho, quando me dirigia
de um bairro ao outro, de verificar se havia PMs nas ruas ou viaturas, mas nada
nem ninguém fazia policiamento ostensivo. Parecia uma cidade abandonada à
própria sorte, ou melhor, preparada para a ação da bandidagem. Todos nós
sabemos que o povo gaúcho está clamando por segurança, querendo ver com seus
próprios olhos e sentir realmente a segurança nas ruas. Quando será que isso
vai acontecer?
Nesta semana saiu uma matéria sobre as saídas de
campo que repórteres do jornal Zero Hora têm feito na madrugada para avaliar a
presença de viaturas e policiais circulando nas principais ruas e avenidas de
Porto Alegre. Aquilo que fiz durante o dia os repórteres agora fizeram durante a
noite, sempre constatando a falta deles, inclusive em pontos críticos e
conhecidos por repetidos assaltos. Todos nós sabemos que isso está ocorrendo
nas ruas de Porto Alegre, nas cidades do Rio Grande do Sul. Então, Governador,
eu pergunto: qual é a solução? Quando eu me deparo com esta matéria (Mostra
jornal.): “Faltam mil e setecentos policiais militares”. Isso foi dito pelo
Comandante da Brigada Militar. Faltam mil e setecentos policiais militares nas
ruas da Capital! Acompanho de perto todas as notícias na imprensa relativas à
área de Segurança. No meu gabinete, coletamos diariamente tudo o que sai a
respeito da área de Segurança, constatando que os dados são impressionantes,
são chocantes, como nunca antes vistos no Estado do Rio Grande do Sul.
Vejam bem: como pode o mesmo efetivo de 23 mil
soldados, que havia em 1975, ser o mesmo em 2013, quando a população passou de
um milhão de habitantes para um milhão e quinhentos mil?! Não consigo entender
que plano de Segurança é este quando temos em 2013 o mesmo efetivo de 1975.
Enquanto a população cresce, o número de policiais diminui. É uma coisa
fantástica! Como pode funcionar essa matemática?! Em Porto Alegre, a carência é
de 1.700 policiais militares. No Estado, são necessários ainda 12 mil homens
para atingir o previsto. Só neste primeiro semestre de 2013 já foram 14.500
furtos e roubos de veículos no Estado contra 13.200 no ano todo de 2012. Na
Capital, são 5.150 neste ano contra 4.400 em 2012. Ou seja, o aumento é gritante. Não sou eu que estou dizendo, não
vim à tribuna, acordei com vontade de falar em Segurança, para dizer que o
Governo não tem projeto de Segurança, não faz investimento na Segurança. Estão,
aqui, em todos os jornais, pesquisas; tenho esse material todo comigo.
Finalizo, dizendo que, em 2010, o Governador
Tarso Genro, em campanha, apresentou aos servidores da Polícia Civil suas
propostas na área de Segurança pública e garantiu que nós teríamos segurança.
Mas eu não vi. Eu queria saber: então, Governador, onde está a solução, aos 40
minutos do segundo tempo.
(Revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. JUSSARA
CONY: Boa-tarde
a todos. Na realidade, eu gostaria de trazer hoje aqui os avanços na área da
Saúde que, de anteontem para hoje, nós estamos tendo sob o ponto de vista de
ações políticas do Governo Federal, do Governo da Presidenta Dilma. Deixarei
isso para a próxima semana, e vou enfocar agora aqui, em Comunicação de Líder,
as medidas anunciadas por um Prefeito, o Prefeito Fortunati, Prefeito reeleito
e que já foi Vice, e também Prefeito, por oito anos. Essas medidas, na ótica do
PCdoB, demonstram ineficiência de gestão e falta de planejamento, e
planejamento estratégico. São medidas paliativas e, mais, equivocadas, sob a
ótica de prioridades estratégicas. Por isso que eu digo que falta um
planejamento estratégico para garantir a vida com qualidade ao povo de Porto
Alegre. E até agora, pelo que foi apresentado, eu vou enfocar duas áreas que eu
considero fundamentais e estratégicas para qualidade de vida, para
desenvolvimento, enfim, para uma cidade sob o ponto de vista da
sustentabilidade de vários aspectos. Corte de R$ 130 milhões em 2013, a curto e
médio prazo, e de R$ 184 milhões em 2014, que seria o longo prazo; num total de
R$ 314 milhões.
Em janeiro de 2013, no anexo II do Decreto nº
18.181, que dispõe sobre a Execução Orçamentária e o plano de
contingenciamento, nos mostra, de imediato, o sucateamento de duas áreas
estratégicas, prioritárias como Saúde e Educação. Pelos dados apresentados agora
– isso lá em janeiro –, podemos provar o que estamos dizendo, se efetivamente
esses são os dados, porque há problemas aqui na relação dos dados e nos totais
desses dados. Sob o ponto de vista da Saúde: material de consumo, mais de R$ 4
milhões; material permanente, R$ 9 mil. Sob o ponto de vista da Educação:
material de consumo, mais de um milhão e duzentos mil reais; material
permanente, R$ 1.200 mil. Sob o ponto de vista da Saúde: corte de horas extras,
quase R$ 4 milhões. Esse corte de horas extras na Saúde, numa Cidade onde ainda
não temos implementado, na sua integralidade, o Sistema Único de Saúde – que
tem dificuldades objetivas da condução da área da Saúde, que é prioridade para
o povo de Porto Alegre, dito nas campanhas eleitorais –, diminuir horas extras
não só vai baixar o atendimento, mas, mais do que isso, vai baixar também a
qualidade dos serviços. Se há horas extras é porque há necessidade, ou, então,
o Prefeito terá que explicar porque pagava horas extras. Na Saúde não se paga
hora extra, em nenhuma gestão eficiente, sem necessidade. Sob o ponto de vista
da Educação: diminuindo em R$ 1 milhão na área de serviços, em congressos e
simpósios. Parece e dá a impressão que os trabalhadores, os funcionários
públicos, vão a congressos e simpósios por diletantismo; e na área da Educação.
Não é nada disso. Isso é a formação e a capacitação que os trabalhadores vão
buscar fora da gestão, porque a gestão não lhes dá a perspectiva de
funcionários de Quadro fazerem a sua qualificação permanente, continuada, para
darem uma melhor educação, uma melhor política pública, seja em que área for.
Então, Saúde e Educação, nesse aspecto, foram R$ 10 milhões – isso em janeiro
de 2013. Agora, pela informação divulgada, praticamente dobra o
contingenciamento, chegaremos, se assim o for, para a Saúde e para a Educação,
num total de R$ 20 milhões. Do total que anuncia, todas as Secretarias, e os
dados apresentados sobre Saúde e Educação que é o que eu posso trazer aqui, mostram:
são investimentos. Tirar ou não investir em Saúde e Educação significa não responder
aos anseios e aos direitos constitucionais da cidade de Porto Alegre. O plano
de atuação nos cortes não está claro. Os números são divergentes, não dizem que
estão tirando de Saúde e Educação. Sr. Presidente, mascara, maquia com redução
de 95 CCs, de carros, de celulares – valores irrisórios em um total de R$ 2
milhões.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Jussara Cony prossegue a sua
manifestação em Comunicação de Líder, a partir deste momento, pela oposição.
A SRA. JUSSARA
CONY:
Muito obrigada também aos colegas do PSOL. Eu falo em nome da minha Bancada e
pela oposição, e o que eu trouxe até aqui unifica exatamente este pensamento de
oposição, que não é oposição por oposição; não é oposição porque não ganhou
eleição! O povo de Porto Alegre foi soberano, o povo de Porto Alegre não nos
colocou no Governo. Isso não significa que não tenhamos projetos, e os nossos
projetos até são diferentes, mas temos uma unidade de ação no mínimo no sentido
de absorver os anseios do povo de Porto Alegre no compromisso que a oposição
tem em garantir políticas públicas que não sejam nessas políticas da
principalidade e da qualidade de vida da população, até porque as
transversalidades se fazem! Não estamos aqui nem falando nas decisões da
Conferência das Cidades de Porto Alegre, agora estadual, sob o ponto de vista
da reforma urbana já, que é outro nó na cidade de Porto Alegre, com milhares de
pessoas sem garantia de direitos constitucionais, de urbanidade, de
regularização fundiária, de não apenas pensar que basta uma casa sem os
equipamentos sociais. Muito bem, onde estarão os equipamentos de educação, as
creches? Porque nós, da oposição, consideramos a Educação desde o nascimento do
indivíduo até que se forme e vá ser um cidadão apto a contribuir para o
desenvolvimento da sua cidade, do seu país. Não estamos nem falando aqui nessa
perspectiva. Eu não olhei essa área porque foi recentemente divulgada. Há dados
que são divergentes, que não combinam. Então, não adianta querer mascarar,
dizer que estão reduzindo 95 CCs. Aliás, eu gostaria de saber em que áreas
estão sendo reduzidos, porque na medida em que contingencia para a Saúde, para
onde vai? Esta Casa tem a obrigação, tem o direito de fazer um debate nesta altura, Ver.ª Lourdes. Eu não estou aqui
acusando o Governo; eu estou dizendo que o projeto do Governo é diferente do
nosso projeto, é diferente do projeto da oposição, e isso não significa que nós
não estejamos fazendo, todos aqui, uma oposição consequente, porque, ao fim e ao cabo, Ver.
Kopittke, o nosso foco é o povo de Porto Alegre, que inclusive nos elegeu para
que o representássemos aqui numa articulação política muito mais ampla. Os
legislativos são essa articulação política ampla e que a sociedade espera que
esteja representada. Essas coisas acontecem num momento como este – que me
facultam os meus companheiros aí da oposição –, e dizer que não basta encher o
Orçamento Participativo, que é uma forma importante de participação popular, de
controle social, muitas vezes evitando que verdadeiras lideranças da sociedade
estejam lá presentes, porque isso acaba exatamente nas peças orçamentárias.
Nós
agora acabamos de discutir o PPA; há pouco, o Prefeito entregou a LDO, que nós,
da oposição, vamos olhar à luz do PPA e das Emendas de todos os Vereadores,
porque foi um acordo feito aqui pelo Líder do Governo. Um acordo benfeito;
podemos ter um certo prejuízo aqui, outro ali, mas foi um acordo feito com
muita discussão, com muita participação. É óbvio que nós vamos olhar a dotação
orçamentária, a LDO, sob a ótica do PPA aprovado nesta Casa. Nós temos aqui
Vereadores de oposição e Vereadores de situação, mas esta Casa não é um braço,
ou um rescaldo, ou um apêndice da Prefeitura Municipal! Os Poderes constituídos
nesta República são: Executivo, Legislativo e Judiciário. Dois são eleitos.
Aliás, na Conferência das Cidades, apresentamos uma Emenda, junto com o
advogado Moojen, que foi aprovada, por unanimidade, a eleição direta também
para o Poder Judiciário.
Enfim,
trago aqui algumas considerações à luz da realidade objetiva, ainda há muita
coisa incompreensível, mas trago essas considerações para dizer, finalmente,
que a Câmara Municipal de Porto Alegre tem o dever, e está, Sr. Presidente, sob
sua Presidência, cumprindo este dever de ajudar a gerir as finanças de Porto
Alegre sob a ótica dos interesses da comunidade. E a área da Saúde – o senhor,
que é médico; eu, que sou farmacêutica – é a que mais me dói e me toca, porque
nós não temos resolvida a questão da Saúde em Porto Alegre. E esta é a área em
que há maior contingenciamento; claro que nós vamos ter mais doenças.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. ENGº COMASSETTO (Requerimento): Sr. Presidente, queremos entregar a Vossa
Excelência uma proposta. Acabamos de protocolar aqui uma proposta de alteração
do Regimento Interno que diz o seguinte: “Terão precedência para compor a
Comissão Parlamentar de Inquérito os Vereadores que assinarem o seu
requerimento de instalação considerando o âmbito de indicação de cada Bancada”.
Queremos entregar a V. Exa. para que possa encaminhar a análise.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Perfeito. Solicito que protocole.
O
Ver. Alberto Kopittke está com a palavra em Comunicações.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Caros colegas, todos os que nos assistem
pela TVCâmara, muito boa-tarde. Esta fala que a nossa colega, Ver.ª Jussara,
Vereadora experiente, acaba de fazer é muito importante. Hoje, aos 3.124 dias
de Governo – o Ver. Brasinha gosta de contar os dias, eu aprendi com ele –, é o
dia em que a Prefeitura de Porto Alegre quebrou. O Ver. Brasinha fez uma fala
que eu queria – obviamente de forma respeitosa e carinhosa – pegar como
exemplo, caro amiga Brasinha, gremista como eu. Imagine o senhor, que tem uma
empresa e que nessa empresa, daqui a pouco, o rapaz que cuida da informática é
pego jogando um saco de R$ 50 mil pela janela da casa dele. É ruim, né? Eu
quero deixar mais claro para que as pessoas possam entender o que está
acontecendo em Porto Alegre. Depois, o empresário vai ali no caixa dele e não
tem dinheiro. Quem foi mais amigo desse empresário? Quem denunciou as
corrupções na Cidade ou aqueles que se calaram? Os que se calaram até que, no
dia de hoje, o Prefeito Fortunati tivesse que decretar que Porto Alegre quebrou;
decretou aos 8 meses da sua gestão – há 8 meses ele está governando –, e a
Cidade já está quebrada, num total descontrole da corrupção em inúmeros órgãos
como esta Cidade nunca viu! Porto Alegre está tomada pela corrupção! Os órgãos
da Prefeitura estão sendo carcomidos como um queijo suíço! Porto Alegre está
sangrando; nos envergonha!
E
aí eu estive olhando os dados, caro Brasinha, sobre o IDH. O IDH é aquele
índice que mede a qualidade de vida das pessoas, se elas estão vivendo mais,
com mais saúde. E qual foi a Capital – das 27 do Brasil –, nesses dez anos,
onde as pessoas passaram a viver pior? Foi Porto Alegre! Então, Ver.ª Jussara,
esse corte que o Prefeito acaba de anunciar, porque geriram mal Porto Alegre,
porque quebraram Porto Alegre, ele vai estourar onde? Naqueles que, nesses 10
anos do Governo Fogaça/Fortunati, do Governo do PMDB, porque o PMDB, de vez em
quando, esquece que foi quem governou e legou essa herança para o Prefeito,
essa pesada herança que o Prefeito está tendo que carregar, desde o Fogaça,
desde o PMDB, que é sempre esquecido por alguns veículos de comunicação... E o
que é que vai acontecer com esse corte de R$ 130 milhões? Uma Procempa
praticamente, pelo que parece aí, dos desvios; uma Procempa, nós teríamos o
dinheiro em caixa! Quem vai sofrer mais uma vez? A população de Porto Alegre!
Eu
fico preocupado porque como é que o Prefeito vai implantar as Equipes de Saúde
da Família que ele prometeu e que Porto Alegre não está vendo? Como é que o
Prefeito, agora, cortando R$ 130 milhões – porque teve muita corrupção, porque
teve má gestão –, vai atingir as metas com que ele se comprometeu com a
população?
A
Saúde de Porto Alegre está falida, as pessoas estão morrendo na calçada! Isso é
uma vergonha para Porto Alegre, passando até no Jornal Nacional! Eu achei que
isso ia causar uma indignação em colegas combativos que vêm aqui, mas
silenciam, silenciam sobre os casos de corrupção que Porto Alegre está
sofrendo. Falam muito – e corretamente – do Mensalão. E falam bem! Porque quem
comete erro tem que pagar, ir para a cadeia, seja de que Partido for! Mas eu
quero pedir que os colegas venham aqui também atacar os escândalos de corrupção
que estão sangrando Porto Alegre, que acabaram com as finanças da nossa Cidade
e fizeram o Prefeito decretar hoje o corte do Orçamento que vocês votaram – eu
ainda não estava aqui – em dezembro do ano passado. Ele acabou, cortou todo o
Orçamento de Porto Alegre. Como é que a população da periferia – Porto Alegre
foi a Capital que menos cresceu nesses dez anos – vai viver?
São
coisas que nos preocupam, são coisas de conteúdo.
Quero
aqui, de forma respeitosa, dizer que é um tema de conteúdo, um tema respeitoso
com a figura do Sr. Prefeito, a quem, mais do que a qualquer outro, a oposição
desta Casa está tentando ajudar a sair desse lamaçal em que ele se meteu. É a
oposição que está alertando o Prefeito sobre o conjunto de bombas que muitos
aqui... Ele falava muito de caranguejo, mas, também, não dá para ser avestruz,
enfiar a cara na areia e fazer que não enxerga. Não dá mais para ser avestruz!
Nós temos que olhar os problemas de frente e ver que Porto Alegre está sofrendo
muito com esta Administração de 3.124 dias, que decretou, no dia de hoje, que
Porto Alegre quebrou. E quem vai pagar essa conta são os pobres da Cidade; são
as periferias, as vilas da nossa Cidade que vão pagar a conta do roubo da
Procempa, que fez com que o Prefeito hoje tivesse que anunciar esse corte, que
vai atingir, sim, a área social e a vida das pessoas da nossa Cidade. Que dia
triste! Que dia triste! Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Apregoo o PLE nº 031/13.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Vereador-Presidente, eu estava no meu
gabinete trabalhando e, sem o microfone aberto, eu estava ouvindo os gritos
aqui do plenário lá no fundo. Eu fiquei extremamente preocupado. O que é que
há? Isto aqui é o quê? É uma Casa de gritos, de bagunça, de quê? Então, eu
peço, por gentileza, que peça para reduzir o volume. Eu acho que o pessoal está
gritando muito, e esta é uma Casa onde temos que ter educação e postura.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): É o equipamento, Vereador; nós estamos
com dificuldades com o equipamento. Houve uma invasão, e o equipamento foi
estragado.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Eu me preocupo muito, Presidente. Só
quero dizer que eu não sou surdo, então, por favor, não precisa gritar.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Vereador.
O SR. ALCEU BRASINHA: Eu quero dizer para o Ver. Nedel que eu
estou aqui e não ouvi ninguém gritando. Acho que ele está ouvindo os espíritos
que estão zanzando por aí.
A SRA. JUSSARA CONY: Eu quero, Sr. Presidente – talvez eu
tenha sido a última antes do Kopittke –, dizer ao Ver. Nedel que ele já devia
estar acostumado, se está se referindo a mim, que eu tenho esse tom de voz, aliás,
desde os 12 anos, não vai ser agora que eu vou perdê-lo. Aliás, um tom de voz
muito bom para fazer debate político, à altura de uma Casa como esta.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): É muito bom Vereadora. O Ver. Idenir
Cecchim está com a palavra em Comunicações.
O SR. IDENIR CECCHIM: Obrigado, Presidente; Sras. Vereadoras e
Srs. Vereadores, o Ver. Nedel trouxe um assunto aqui para desanuviar, eu
imagino. Ver. Nedel, se microfone incomoda, imagine quando o pessoal começar a
reclamar da bateção do sino às sete e meia da manhã nas igrejas. Não dá! Eu
acho que o som está muito alto lá no alto-falante, mas aqui é um lugar de se
falar alto, sim. Eu até me senti reprimido por V. Exa. porque eu costumo falar
um pouco alto.
Eu
acho que o Prefeito Fortunati teve hoje uma atitude de prefeito responsável. E
começo pela última leitura do Presidente sobre um pedido de empréstimo. A
Prefeitura de Porto Alegre ainda tem crédito, ao contrário do que aconteceu com
o PT, que, quando deixou a Prefeitura, a deixou no SPC, Ver. Janta. Então, tem
crédito! Essas medidas anunciadas pelo Prefeito Fortunati são medidas de gestão
para evitar ter que trabalhar no vermelho. Que bom que essas medidas são
anunciadas em face do grande número de obras iniciadas nas quais a Prefeitura colocou
o seu dinheiro, e, do Governo Federal, através do PAC disso, PAC daquilo, PAC
de acolá, não vem nada. A Caixa Federal é usada como o tranca-rua do Governo
Federal para trancar os empréstimos – tranca aqui, tranca ali, tranca lá! E a
Prefeitura está fazendo o que tem que fazer diminuindo os seus gastos. Bom,
Ver. Brasinha, imagine só: o Prefeito Fortunati teve que reduzir custos em
função das obras. E o PT, que só pintava meio-fio e gastava todo o dinheiro
dele para editar o Cidade Viva? Lembram daquele programinha? Só faziam isso, o
Cidade Viva! E pintavam meio-fio, e ficaram no SPC! Mas com que moral esse
pessoal vem aqui falar hoje de que a Cidade está quebrada?! Vir falar de hora
extra o PT aqui?! O PT, que usou hora extra... Em vez de pagar as GIAs, Ver.
Valter, para os fiscais da SMIC, o PT pagava hora extra para quem eles
gostavam, para os amiguinhos! Não fizeram plano de carreira.
(Aparte
antirregimental.)
O SR. IDENIR CECCHIM: Para os companheirinhos! Tanto na SMIC
quanto nas outras Secretarias, quanto na Saúde, pagavam hora extra para os
amigos. Dependendo da cara dos amigos, da fidelidade ou de quantos votos tinha
o amigo, ganhavam 40, 60, 100, 120 horas. Era por tabela, por tabela para
agradar os amiguinhos! Como é que o PT vem reclamar disso hoje? O Governo do
Município está fazendo um corte onde é preciso fazer. Se tivermos um bom
critério, se o Executivo tem um bom critério para fazer esses cortes, não
afetará os serviços. Não dá para gastar mais do que arrecada, o que é feio é
ficar no vermelho. Qual foi a primeira atitude do PT, Ver. Janta, quando as
finanças começaram a vazar? Lembram da bimestralidade? Vocês lembram da
bimestralidade que o PT tinha dado e cortou? O PT foi nos funcionários, o
primeiro lugar que o PT cortou foi nos funcionários! Cortou a bimestralidade
como se nada tivesse acontecido. Esse é o PT! Diz uma coisa e, na prática, faz
outra. Falam da corrupção e têm que falar. Que bom! Eu vi o Alberto Kopittke
aqui falando que tem que botar na cadeia o pessoal do mensalão. Olha, eles
estão mudando! Quando as algemas começam a chegar, eles começam a mudar de
ideia. Já que não tem remédio, remediado está. O pessoalzinho deles está indo
para a cadeia, aí eles começam a falar que a corrupção tem que ser atacada. Nós
sempre falamos isso, não mudei o discurso uma vez aqui desta tribuna: ladrão é
ladrão em qualquer lugar, e tem que botar na cadeia esses do mensalão, antes de
tudo. O povo brasileiro vai cuidar dos ladrões do lado da sua casa, do seu
vizinho, onde tiver ladrão. O povo vai ser o grande fiscal, mas, antes, estarão
na cadeia os líderes do PT que o Supremo Tribunal já julgou, eles irão para o
lugar que deveriam estar. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Prof. Alex Fraga está com a
palavra em Comunicações.
O SR. PROF. ALEX FRAGA: Boa-tarde a todos, colegas Vereadores,
Presidente da Mesa, pessoal que nos assiste nas tribunas e pela TV, falo aqui
em nome da Bancada do PSOL – da Ver.ª Fernanda Melchionna, do Ver. Pedro Ruas,
que está licenciado, e em meu nome. Estou ocupando este espaço para pedir vista
a um projeto de lei protocolado pela Ver.ª Fernanda Melchionna e pelo Ver.
Pedro Ruas, que obriga a instalação de bike
racks, aqueles utensílios para
transporte de bicicletas nos veículos de sistema de transporte coletivo de
ônibus de Porto Alegre. Hoje, falamos muito em sustentabilidade, energias
renováveis, um meio ambiente equilibrado, minimização dos impactos ambientais,
isso é muito bom, mas poucas das nossas ações saem do papel, saem para o campo
do teórico para o campo do concreto. Então, temos aqui um ótimo projeto, que
não onera, de forma alguma, a Prefeitura, e isso ficaria a cargo das empresas
que são concessionárias desse papel, as empresas transportadoras. É um ótimo
projeto justamente porque ele unifica uma forma de transporte limpa, que é a
utilização de bicicletas, e o transporte coletivo da nossa Cidade.
Eu
vou aproveitar o espaço também para fazer uma ressalva para o Ver. Brasinha,
que falou aqui que está cansado de tanta denúncia: Ver. Brasinha...
(Aparte
antirregimental do Ver. Alceu Brasinha.)
O SR. PROF. ALEX FRAGA: Pois é, Ver. Brasinha, mas o nosso papel,
como Vereador, não é única e exclusivamente propor projetos de lei, dar nome a
ruas, ou então prestar homenagens, isso é mínimo. O nosso papel aqui, além de
protocolar projeto de lei, de interesse relevante à nossa Cidade, é também
fiscalizar os atos do Executivo, Ver. Brasinha! Não interessa se é oposição,
não interessa se é situação, ladrão é ladrão em qualquer lugar, e deve ficar na
cadeia! Deve levar os seus cúmplices junto, Ver. Brasinha! Então, não fique
triste porque a oposição é efetiva, fiscaliza e tenta controlar a bandalheira
com o dinheiro público. O senhor deveria estar honrado por esta Cidade ter uma
oposição ativa, atuante, e não calada, muda.
Como
é papel do Vereador zelar pelo bom uso dos recursos públicos, eu tenho que
exaltar a atitude de Vereadores da situação, que pensam da mesma forma que eu,
que têm esse esclarecimento: Ver.ª Lourdes, Ver. Clàudio Janta, Ver.ª Séfora
Mota, que assinaram o pedido de CPI da Procempa, muito obrigado.
Temos
que verificar, a polícia não é o único instrumento legal para coibir ações
criminosas contra as nossas cidades, o nosso Estado e o nosso País, certo? Nós
temos um papel legal e temos que exercê-lo, Ver. Brasinha. Então, é nosso
papel, sim. Ver. Brasinha, se o senhor se incomoda, tape os ouvidos na próxima
vez que ouvir uma denúncia, certo? É o nosso trabalho.
O
projeto do famoso aeromóvel tem 31 anos, eu era pequeno quando foi colocada
aquela linha experimental aqui do lado. E eu ouvi, durante toda a minha vida,
independente dos governos, o seguinte: “É inviável, não sai do papel porque não
funciona, é muito caro, transporta pouca gente, é inviável, inviável”,
inclusive em governos afinados com o que está aqui. Aí vem a Copa e sai do
papel. Então, o que era inviável agora deixou de ser? O aeromóvel agora é uma
ótima ideia? O aeromóvel custou R$ 37,8 milhões. Nós poderíamos implantar mais
uma linha de aeromóvel com o dinheiro que escapou pelo ralo na Procempa. O
Ministério Público acredita que o desvio foi na ordem de R$ 50 milhões,
poderíamos ter mais um aeromóvel, talvez fazendo o deslocamento de pessoas por
cima da Av. Ipiranga, fazer o escoamento do trânsito numa região que é
extremamente complicada, que é a Região Sudeste da nossa Cidade, que tem a Av.
Bento Gonçalves engarrafada, a Av. Ipiranga problemática. Nós poderíamos ter um
escoamento maravilhoso, se fizéssemos um bom investimento dos recursos, se eles
não parassem no bolso de poucos. Então, temos, sim, esse trabalho e devemos
cumpri-lo. Boa-tarde a todos.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Passamos ao
O
Ver. Alceu Brasinha está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de
tempo do Ver. Elizandro Sabino.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras; Ver. Alex, eu quero te responder: eu não estou triste pelas
denúncias, eu estou triste pelo modo como estão conduzindo. Eu quero dizer para
V. Exa. que, por exemplo, o Ver. Janta é um sindicalista, que experiência ele
tem para investigar um ato que é da polícia, que é do Ministério Público que
são especializados em investigação? O senhor acha que o Ver. Janta tem
condições de investigar? A Ver.ª Lourdes, que é uma Vereadora querida, tem
condições de investigar, Ver. Cecchim? Se o Ver. Janta quer ser polícia,
primeiro ele tem que fazer concurso para polícia. E tu sabes que tem vários
atrativos para ser investigador! Leva muito tempo, tem faculdade, tem cursos,
enfim, para conseguir ser investigador! Eu costumo dizer para o Ver. Mauro
Pinheiro, que é meu amigo, que ele está fazendo papel de polícia, porque no
momento em que a denúncia saiu lá do Prefeito é porque ele não tem a intenção
de esconder o conteúdo do Requerimento. Existe a Polícia Civil, existe o
Ministério Público, existe Polícia Federal que têm pessoas qualificadas para
investigar. Quero dizer que aqui só tem um Vereador que tem condições de
investigar, que é o Ver. Cleiton, que tem uma longa experiência como delegado,
uma longa experiência na polícia. A minha querida Ver.ª Fernanda falou que o
Ministério Público está fazendo um trabalho excelente! Então por que os
Vereadores querem investigar uma coisa que já tem investigação pela polícia? Eu
confio no Ministério Público, eu confio na polícia! Nós, Vereadores que
concorremos, e eu acho justo nós concorrermos para ganhar o voto, estamos aqui
para fiscalizar o Executivo – realmente, o senhor falou que nós teríamos que fiscalizar
o Executivo. Então, meu amigo, Vereador é para cuidar do Executivo, para cuidar
das ordens do Município, das leis, enfim, mas não para fazer investigação. Para
fazer investigação tem que ser da polícia, tem que fazer uma longa carreira
para ser investigador. Não quero desqualificá-lo, Vereador. Nós temos
Vereadores, aqui, de todos os setores: advogados, doutores, delegado de
polícia, que é um só, que tem condições de investigar. Esse tem condições de
investigar, porque tem uma carreira brilhante e uma carreira que tem uma longa
data. É o único Vereador, nesta Casa, que tem condições de investigar. Eu não
quero discordar dos colegas, mas eu não sou preparado para investigar. Eu sou
preparado para cuidar do meu bairro, da minha rua, da minha Cidade e cobrar as
coisas que são do meu Município.
A Sra. Lourdes Sprenger: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Brasinha, a sua defesa é brilhante, mas quero lhe dizer que
avaliar controles internos não é só para a polícia; avaliar uma gestão não é só
caso de polícia, nós temos muito a verificar, principalmente porque são R$ 37
milhões de diferença.
O SR. ALCEU BRASINHA: Vereadora, eu não estou defendendo a
diferença, eu estou defendendo a investigação que está levando por um lado de
que a CPI vai salvar tudo, pelo contrário. O que virou a CPI do Ronaldinho? O
que virou a CPI do ProJovem? Então, eu acho, meus amigos, que nós temos que
confiar no bom trabalho que a polícia exerce. Aliás, vou fazer uma defesa da
Brigada Militar. Quero fazer um contraponto à Ver.ª Mônica Leal, que estava
falando da Brigada. Eu reconheço o bom trabalho que a Brigada e a Polícia Civil
vêm fazendo, Ver.ª Mônica Leal. Eu, realmente, me sinto muito seguro porque
tenho visto muitas viaturas andando por aí. Reconheço o bom trabalho que o
Governo do Estado está fazendo – não faço parte do Governo do Estado, mas
reconheço o bom trabalho. Era um sonho de anos da Polícia Civil ter um
helicóptero, passaram vários governadores e nunca pensaram na Polícia Civil.
Temos que bater palmas ao Governador porque a Polícia Civil, o Delegado Ranolfo
Vieira tem um helicóptero para andar mais rápido e fazer mais segurança para o
Rio Grande.
A Sra. Mônica Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Brasinha, tem que bater palmas para esses homens, brigadianos,
para os policiais civis. A Brigada Militar é o segundo pior salário do Brasil.
Tem coletes vencidos na Susepe, no IGP, e fazem um trabalho maravilhoso. Esses,
sim, merecem palmas. Agora, o Governador – com todo o respeito que eu tenho
pelo Governador Tarso – prometeu um largo investimento na Segurança pública, e
não é ao que nós estamos assistindo. O Comandante da Brigada declarou ao jornal
que faltam 1.700 brigadianos na cidade de Porto Alegre. Obrigada.
O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado, Ver.ª Mônica Leal. Para
contribuir, eu quero também agradecer ao meu querido amigo e companheiro
Elizandro Sabino, pois o Grande Expediente era dele, e ele permitiu que eu
viesse falar aqui.
Eu
quero também falar no que acontece dentro da Cidade. Há coisas boas também que
acontecem, não acontecem só coisas ruins. Muita gente aqui não fala isso. Não
sei por quê, porque há, e não falam. O Ver. Alberto Kopittke agora também está
contando os dias, mas ele não contou os dias do Governo do PT, aquele Governo
desastrado, que fazia tanta propaganda do Cidade Viva, Ver. Idenir Cecchim, e,
quando fazia tanta propaganda, eu achava que era uma beleza. Eu dizia: “Onde
nós moramos? Nós moramos em um outro mundo”. E não era nada disso o que acontecia.
Por exemplo, na Assis Brasil, aconteceu uma quebra dos empresários pequenos,
justamente em virtude de uma obra que foi feita lá. Se não fosse a associação
dos moradores, do comércio de lá vir aqui a esta Casa e reivindicar... Eu
assisti ao Ver. Idenir Cecchim – ele não era Vereador, era presidente da
associação – chorar aqui para conseguir apurar as obras lá.
Então,
eu quero dizer para os senhores: tem que lembrar do passado, tem que lembrar
das coisas que aconteceram lá atrás, aqueles 5.844 dias que foram um verdadeiro
desastre! Por que o Vereador não falou do Clube da Cidadania, aquele clube que
também foi tão falado? Por que ele não falou? Por que não falou no Diógenes?
Por que não falou? Eu acho que tem que falar das coisas que acontecem. E esta
Cidade, Vereadora, eu costumo dizer, era cheia de buraco participativo! Era
cheia de buraco participativo, e aquela mídia bonita, maravilhosa que aparecia
na televisão, parecia que era cidade de primeiro mundo. E, logo, nós fomos
saber que esta Cidade realmente estava quebrada! Lá veio um corajoso, que é o
nosso querido Senador Fogaça, que, com a sua coragem, com a sua lealdade,
levantou esta Cidade, teve crédito novamente, porque sequer eles pagaram a
prestação da 3ª Perimetral! O Prefeito teve que negociar e pagar a primeira
prestação, porque tudo estava literalmente quebrado e sucateado, tudo! Será que
eles não lembram da má gestão da Saúde daquela época, Ver. Cecchim? Será que o
Prefeito não lembra? O João Verle, o Olívio Dutra, o Raul, o próprio Prefeito Tarso,
que é nosso Governador, a quem eu estava elogiando agora? Será que a Ver.ª
Sofia não pensa no que passou? As coisas passam em branco assim? Só lembram do
dia? E o lixo? No DMLU, o que aconteceu nesta Cidade, Ver.ª Mônica! Será que
eles não lembram? Temos que refletir todos os dias o que aconteceu nesta
Cidade, que era uma cidade de mentiras? E aí vem a minha querida amiga
“professorona” me fazer acreditar nas palavras dela, Ver. Cecchim. Então, Ver.
Cecchim, o Prefeito Fortunati foi cauteloso, porque tem a coragem de mostrar e
cortar! Esse é o Prefeito Fortunati! Esse é o Prefeito que quer o bem da
Cidade! Se vocês não querem o bem da Cidade, o problema é de vocês, mas o
Prefeito Fortunati quer. E tenho certeza absoluta de que muitos Vereadores
desta Casa querem, Ver. Reginaldo Pujol. E quero dizer ao senhor, Ver.
Reginaldo Pujol, que eu vou parar de gritar um pouco, porque realmente o Ver.
Nedel veio aqui meio que complicar, porque achou que nós estávamos gritando
muito. Então, quero pedir desculpas ao Ver. Nedel.
Quero
dizer ao Ver. Prof. Alex que eu não faço projeto de nome de rua, Vereador. Eu
estou há nove anos aqui, dei um nome de rua, e quem inaugurou o nome da rua foi
o Ver. Nedel, não fui eu. Então, eu não faço projeto de nome de rua, eu faço
projetos para o bem da Cidade, porque eu tenho projetos polêmicos, mas é o que
as pessoas precisam ali fora. Eu ando, no dia a dia, na rua, eu sou um Vereador
para quem as pessoas ligam. Dificilmente um Vereador tem coragem de dar o
número do seu celular nas rádios como eu faço – nos programas de rádio, de TV,
em que participo, eu dou, e as pessoas me ligam. Eu costumo dizer que eu sou um
despachante do povo, porque eu vou lá olhar o problema lá da sua rua; talvez
seja um problema de esgoto, eu vou lá olhar. Eu quero dizer ao senhor, Ver.
Prof. Alex, eu não faço projeto de rua, e muito dificilmente o senhor me verá
um dia eu fazer, porque é quase impossível. Se tem um cara que gosta de dar
nome a ruas é o Ver. Nedel, esse é o Vereador que faz projeto para nome de rua,
eu não faço.
Então, quero dizer aos senhores que eu hoje fiz uma grande reflexão do passado, e dói lembrar um passado que foi ruim, eu fui muito prejudicado, porque também eu fazia parte da Zona Norte, tenho um comércio lá, e esse comércio passou muito trabalho com aquela reforma absurda na Av. Assis Brasil, Ver. Cecchim. Aí, o comércio de lá foi literalmente quebrado, porque o Carrefour chegou lá. E quem é que fez essa negociação toda? Foi o PT que fez essa negociação, permitindo botar aquele Carrefour lá, quebrando o comércio, que dava mais de cinco mil empregos em todo o comércio em roda. Hoje, o Carrefour não tem 600 funcionários. E todo aquele comércio está quebrado. Eu sou um deles.
Então,
quero dizer para os senhores que eu penso na Cidade, vou defender o pequeno
sempre. Penso na rua, no meu bairro e vou continuar pensando. Essa filosofia
ninguém tira de mim. E, se alguém estiver ouvindo e olhando e quiser me ligar,
não tem problema: 99951000. Falem com o despachante do povo. Obrigado, senhores.
(Não
revisado pelo orador.)
(A
Ver.ª Lourdes Sprenger assume a presidência dos trabalhos.)
A SRA. JUSSARA CONY: Eu entregaria ao Presidente da Casa, mas
lhe entrego o documento, aliás cumprimentando V. Exa. por estar presidindo a
Sessão neste momento, uma mulher. Nós estamos aqui com os municipários do
Cores, do Simpa e do DMAE, em função da greve do dia 11. O Prefeito declarou
que cada órgão determinaria a compensação ou abono dos trabalhadores. Ocorre
que há uma surpresa aí: tanto no DMAE quanto numa boa parte da Saúde, está
sendo ferido o princípio da isonomia dentro do funcionalismo, quando apenas
esses órgãos não abonaram o dia da greve. Então, é um encaminhamento, por
solicitação do Simpa e do Cores, para a nossa Mesa Diretora, no sentido de vermos
como podemos mediar para que a isonomia ocorra.
(Procede-se
à entrega de documento.)
A SRA. PRESIDENTE (Lourdes Sprenger): Está registrado. Vou encaminhar à Mesa.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Eu só queria fazer um esclarecimento até
para a Administração Pública: na greve do dia 11, as pessoas não puderam
trabalhar porque não existia transporte coletivo em Porto Alegre. Foi uma greve
geral do transporte coletivo, num todo, em Porto Alegre e na Região
Metropolitana. Então, os dias das pessoas que não puderam ir trabalhar não
poderão ser descontados, seja no serviço público ou privado.
A SRA. PRESIDENTE (Lourdes Sprenger): Está bem.
O
Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sra. Presidente, Ver.ª Lourdes Sprenger;
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu quero aproveitar esta quinta-feira em
que o plenário está, entre denúncias, afirmações, reflexões, conceitos, teses e
proposições, para lembrar algumas coisas que estão acontecendo nesses dias,
Ver. Brasinha, V. Exa., que fez um excelente pronunciamento agora sobre vários
assuntos da Cidade.
A
Bancada do PT veio aqui dizendo que a Prefeitura está quebrada, mas eles
esqueceram ou se fazem de esquecidos do que anunciou o Governo Federal,
cortando R$ 10 bilhões e contingenciando R$ 28 bilhões; o Governo Federal! Os
Estados cortaram R$ 9,6 bilhões. A Europa toda está cortando bilhões, a América
Latina também. Então, a Bancada do PT, que foi a mais incisiva hoje aqui,
esqueceu e esquece de olhar ao redor. Um Governo do Estado que está chegando
quase ao seu final e a única coisa que conseguiu foi encontrar uma cancela, no
meio do mato, para tirar foto mostrando que acabou com o pedágio. Junto com a
cancela da fotografia, acabaram com as estradas no Rio Grande do Sul. O DAER
demorou três anos para fazer uma licitação para os pardais nas estradas do Rio
Grande do Sul. O DAER não faz nem o roçado das estradas; roçado é cortar o
capim nos acostamentos.
O
Governo do Estado não consegue construir cadeias, prisões. O Governo do Estado
não consegue equipar a Polícia, Ver.ª Mônica Leal, que está fazendo o que pode
– tanto a Brigada quanto a Polícia Civil. A Brigada, quando o comandante e o
Governador deixam trabalhar! Porque, quando a Câmara precisou da Brigada ou
quando as empresas ou o patrimônio precisou ser defendido, o Governador
encaminhou a tropa para um lugar só. O Judiciário também, mas nós estamos em
tempos complicados, muito complicados! As pessoas que deveriam zelar pela
tranquilidade da população não o estão fazendo. A Segurança é do Governo do
Estado, sim, senhores. Não queiram passar a Segurança nem para o Exército, nem
para a Guarda Municipal, porque é o maior absurdo que falam querer entregar a
segurança do cidadão para a Guarda Municipal. Nós temos que colocar as coisas
nos seus devidos lugares sem fazer proselitismos.
E
eu só queria lembrar de algumas coisinhas aqui: quando nós estamos falando em
corrupção e que nós somos a favor de que se faça a investigação, só que fazer a
investigação tendo os nomes declarados como culpados, e quem tem que devolver
dinheiro que o devolva! Estou falando aqui do Sr. Campani, do DMLU, do PT;
estamos falando do Hideraldo Caron. Não conseguem achá-lo! Ele é Secretário do
Governador, Secretário lá em Brasília para os assuntos do Governador, ele
frequenta o Palácio todas as semanas e ele não recebe a notificação para fazer
o pagamento. O PT esquece do “Clube da Cidadania”. Parece que agora o
desativaram, ali na Farrapos, mas o “Clube da Cidadania” existiu com muita
força, e a dona – sei lá o nome que inventaram – que veio do nordeste para cá
declarar algumas coisas, não sei se era Romilda, alguma coisa, também sumiu.
Então, acho que nós temos que fazer mais reflexão antes de atirar penas para o
ar. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sra. Presidente, trago uma questão de
esclarecimento sobre o tema do DMAE. Eu gostaria de cumprimentar os colegas
representantes do Cores – Conselho de Representantes Sindicais que aqui estão,
do DMAE, e dizer que eles conversaram comigo também. Sou da Frente Parlamentar,
juntamente com o Ver. João Derly, a Ver.ª Jussara Cony e outros Vereadores, e
liguei ao Diretor Presser, que aceitou vir a uma reunião da Frente Parlamentar.
Ele sustenta a questão da compensação, mas vem dialogar nesta Casa. Um dos
encaminhamentos que nós tiramos é que nós agendaremos com o Ver. João Derly na
segunda-feira, uma reunião da Frente Parlamentar dos municipários. O Diretor Presser já aceitou vir dialogar aqui
nesta Casa sobre o ponto do dia 11 dos colegas do DMAE.
A SRA. PRESIDENTE (Lourdes
Sprenger): O Ver.
Clàudio Janta está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do
Ver. Dr. Thiago.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Este é um momento histórico desta Câmara
de Vereadores; temos uma Vereadora insurreta presidindo os trabalhos. Parabéns,
Ver.ª Lourdes! Agradeço ao Dr. Thiago, que me cedeu este seu tempo em Grande
Expediente.
Quero dizer que nós – a Ver.ª Lourdes, Ver.ª Séfora, e eu –,
sempre dissemos que o que for bom para o Governo nós vamos vir a esta tribuna e
defender; o que for ruim nós vamos vir aqui criticar, e da oposição, seja lá o
que for, estamos de franco-atiradores, mas em defesa do povo.
Os
cortes que o Governo faz são meio modestos, no nosso entendimento: somente no
número de CCs, e não ter cortado o número de Secretarias. Mas também há coisas
que temos clarear para o povo que nos assiste em casa. Houve uma redução
drástica do Fundo de Participação dos Municípios, para o qual a União faz um
repasse grande para os Municípios de todo o Brasil. Também houve uma redução
grande na CIDE, que é outro repasse que a União faz, e, principalmente neste
início de ano, houve 16 milhões de isenções fiscais que deixaram de entrar nos
cofres do nosso Município. Além disso, estamos vendo as notícias de jornais,
rádios e televisão de que a União vai fazer um corte de R$ 28 bilhões e mais R$
10 bilhões no Orçamento do ano que vem. Os Estados de Minas Gerais, São Paulo,
Paraná, Bahia, Rio Grande do Norte, todos fazendo corte. Em Minas Gerais, o corte
vai chegar a um R$ bilhão; na Bahia, o corte vai ser em pessoal e custeio; em
São Paulo, o corte será de R$ 130 milhões; no Rio Grande do Norte, o corte será
de 50% de despesas. Além disso, o nosso Município já fez várias tentativas; nós
protocolamos um documento nesta Casa, que aguarda um repasse de dívida do nosso
Estado com a área da Saúde de R$ 45,2 milhões. Eu acho que esta Câmara de
Vereadores tem que se empenhar para que esse dinheiro venha para os cofres do
Município. E, além disso, que a União faça o repasse de R$ 62 milhões que deve
para a mobilidade urbana na nossa Cidade. Mas o Prefeito assegura, quando
anuncia no dia de hoje, que teremos o término das obras que estão em andamento
no Município, principalmente a garantia, em dia, da folha de pagamento dos
municipários. O Prefeito garante que os serviços essenciais do Município serão
mantidos e que não haverá corte nenhum na Educação, Assistência Social e na
Saúde.
Mas a Saúde no nosso Município vive um momento
caótico, um momento de morticínio, um momento em que foi divulgada pela
imprensa a morte do Sr. Orlando Francisco Rodrigues, porque quis o acaso, o
destino quis que no momento uma equipe de televisão estivesse no local.
Milhares de pessoas, pode-se dizer assim, nesse período de gestão de morticínio
na Secretaria da Saúde, vêm morrendo no nosso Município. E o exemplo disso eu
usei nesta tribuna é o Amadeu de Moraes Rodrigues, um operário, um trabalhador,
para quem conseguimos uma liminar para que o Amadeu fosse internado, mas deu
azar porque não tinha ninguém da imprensa, e o Amadeu morreu por falta de
atendimento. Isso tem acontecido diariamente. Aí, vimos as trapalhadas de um
Secretário que acha que a vida é um protocolo; um Secretário que acha que, se
não está no protocolo, se não está na reclamação, as pessoas viram um número de
documento. Um Secretário que não sabe nem onde estão as ambulâncias do
Município, porque ontem deu uma declaração que todas as ambulâncias do
Município têm GPS, mas havia três que ele não sabia onde estavam! E hoje já são
seis. Mas, se têm GPS, como é que não sabe onde estão? Isso é gestão. Se o
Secretário não consegue cuidar das ambulâncias do SAMU, vai conseguir cuidar da
Saúde do povo de Porto Alegre, da vida do povo de Porto Alegre, que é o bem
maior que o ser humano tem? Eu participei de todas as assembleias do OP, só não
fui na assembleia da Restinga porque nós estávamos em Sessão Ordinária, mas as
pessoas do meu gabinete, as pessoas da Central Sindical, que eu presido, os
Sindicatos da Força Sindical estavam lá. E, em todas as assembleias do OP, o
tema principal foi a Saúde. O tema desta cidade é Saúde. E parece que o
Secretário acha que não existe esse problema, há momentos em que o Secretário
da Saúde parece Saulo, porque, Jesus Cristo, muitas vezes, disse: “Saulo,
Saulo, por que me persegues?” E o Secretário da Saúde, neste momento bíblico,
parece que não só persegue a população de Porto Alegre, mas maltrata a
população de Porto Alegre, faz atrocidades com a população de Porto Alegre.
Porque, quando privatiza as ambulâncias do Município, que poderiam estar
ajudando; quando o Secretário privatiza o laboratório do Município; quando se
vê, como se viu na Zero Hora de hoje, que o nosso Hospital de Pronto Socorro,
que é um orgulho de toda população de Porto Alegre, como o nosso Mercado
Público também é, vai virar um traumato, não vai mais atender todas as
especialidades que atende na emergência; quando se vê que a gestão pública, que
se defende nesta Casa, que defende o nosso Prefeito, é uma gestão pública de
Saúde, uma gestão pública do SUS, na Secretaria da Saúde se vê uma gestão
pública privatista, uma gestão pública de entregar o que é público para
iniciativa privada, terceirizando os laboratórios, transformando as consultas
em fábrica de requisição de exames. Vemos terrenos que eram para se construir
UPAs, terrenos que eram para serem disponibilizados para acessar a saúde, sendo
pagos alugueis há um ano, e somente o mato nascendo. Vemos os contratos de
vigilância com a Secretaria da Saúde e 84 membros da Guarda Municipal prontos
para entrar no Município. Vemos toda essa barbaridade na Saúde Pública, e
vários Vereadores da situação e da oposição vêm alertando o Prefeito, vêm
dizendo para o Prefeito que a Saúde do Município está na UTI, a Saúde em Porto
Alegre está na UTI! E não é necessário as câmeras de televisão mostrar as
pessoas morrendo; isso está no dia a dia, na casa dos trabalhadores quando saem
para trabalhar sem saber se os seus entes que ficam em casa terão acesso ao bem
maior que é a vida, porque a vida é um protocolo, e o povo de Porto Alegre,
como todo povo, tem o direito divino a essa vida. O maior patrimônio das
pessoas é a vida.
Então, cabe a nós, já que são demandas da
população de Porto Alegre, são demandas do OP, são demandas do dia a dia, são
demandas de todos os bairros de Porto Alegre, de todas as pessoas de Porto
Alegre a questão da Saúde, alertar o Prefeito Municipal, alertar todos de que
nós precisamos investir não só em equipamentos ou ficar dizendo que o problema
da Saúde é só o médico, porque o problema da Saúde é gestão, o problema da
Saúde é não privatizar a Saúde. O problema da Saúde é essa Saúde ser pública de
fato, com ambulâncias do Município, não dependendo somente do SAMU, com
laboratório do Município, não dependendo de laboratórios particulares, com
estrutura única da Saúde. É isso que nós esperamos, Ver.ª Sofia.
A Sra. Sofia
Cavedon:
V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigada, Ver. Janta. Eu
acho que é muito importante estar dedicando o Grande Expediente ao tema
dramático que Porto Alegre vive. Eu acho que é dramático. Eu tenho acordo com
V. Exa. sobre a preocupação com as áreas em que estão sendo feitos os cortes
pela Prefeitura. O contingenciamento pega Secretarias fundamentais quando não
se corta no que é periférico, no que é superficial. Acho também que a
Prefeitura poderia enxugar cortando as microssecretarias, as pequenas
secretarias. A Acessibilidade pode ser uma comissão que faça um trabalho
interdisciplinar. Isso é tranquilo. Não tem por que ter a Secretaria de
Acessibilidade; não tem por que ter Secretaria do Trabalho, que estava junto
com a SMIC. Secretarias pequenas, como da Juventude, porque políticas da
juventude a gente faz com uma comissão interssecretarias, não precisa ter uma
secretaria especial. Então eu acho que Prefeitura não acerta, porque há o que
contingenciar, por exemplo, na Cultura, há pouquíssimas recursos: 20% de
contingenciamento é acabar com qualquer oficina de centralização, as festas
populares, tudo. O artista popular não tem recurso na Prefeitura de Porto
Alegre. Então eu quero sugerir que a nossa Casa faça uma Comissão Especial para
fazer sugestões ao Prefeito, fazer uma análise da situação da Prefeitura e
fazer sugestões ao Prefeito, porque acho que toda a Cidade vai pagar uma conta,
e eu não sei, eu concordo contigo, eu acho que vai cair nos mais pobres, nos
que menos têm condições de dignidade de vida nesta Cidade.
A Sra. Jussara
Cony:
V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Em primeiro lugar, Ver.
Janta, eu quero, mais uma vez, reafirmar a importância da sua participação
nesta Câmara Municipal de Porto Alegre, da sua eleição para esta Câmara
Municipal de Porto Alegre. O senhor tem sido um aliado estratégico nessas
questões de fundo. Eu, particularmente, em relação à Saúde, tenho me valido da
sua parceria em todos os momentos. Também acho que vai ter um papel importante
na Frente Parlamentar em Defesa dos Municipários e da qualidade do atendimento,
das políticas públicas do nosso Município. Queria cumprimentá-lo pelos enfoques
que está trazendo neste momento, e lhe dizer – porque o senhor também foi
signatário, me ajudando mais uma vez, contribuindo quando nós desarquivamos o
plano de metas que não foi votado na Legislatura passada, de autoria do atual
Vice-Prefeito Sebastião Melo –, que o plano de metas já está pronto para ser
votado, e eu acho que ele pode contribuir, e muito, nessa visão estratégica que
V. Exa. não só está dizendo da tribuna, mas faz parte da sua ação concreta
nesta Câmara Municipal, da qual eu tenho muita honra de pode participar
juntamente com Vossa Excelência.
O SR. CLÀUDIO
JANTA:
Muito obrigado, Ver.ª Jussara. A questão da Saúde está priorizada na nossa
Constituição Federal, está priorizada na nossa Constituição Estadual. Além
disso, há uma Lei Federal nº 8.090/90, que, no seu art. 2º, diz que a Saúde é
um direito fundamental do ser humano, é um direito à vida. Já falei desta
tribuna, e não posso me cansar de falar, em todos os credos, cultos e
religiões, o bem maior é a vida. E a nossa Cidade, como é uma cidade de todos,
ela não pode abrir mão desse bem maior, que é a vida. Como diria Leonel de
Moura Brizola: “Saulo, Saulo, Saulo, por que me persegues e persegues esse povo?” Eu quero dizer
que o povo tem o direito divino de amaldiçoar seus perseguidores, ou seus
perseguidores mudam ou seus perseguidores serão amaldiçoados. Então, eu acho
que é o momento de o povo de Porto Alegre encontrar a luz na área da Saúde; é o
momento de o povo de Porto Alegre encontrar o direito ao bem mais importante do
povo, que é a vida, o direito à vida. Não podemos ver pessoas morrendo quando
lhes é negado auxílio, quando lhes é negado esse bem divino. Isso não é
politicagem, isso nos entristece, isso deixa a nossa alma pesada, o nosso
coração partido e nos faz até questionar o que fazemos aqui, se este
Parlamento, se estes 36 representantes do povo não conseguem, juntos, garantir
a vida de um trabalhador. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. MÔNICA LEAL
(Requerimento): Sra.
Presidente, solicito verificação de quórum.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver.ª Lourdes, eu quero registrar que é o
segundo dia que não há discussão preliminar de Pauta, por essas medidas de
interrupção da Sessão.
A SRA. PRESIDENTE (Lourdes
Sprenger): Está feito o
seu registro. Solicito a abertura do painel eletrônico para verificação de
quórum. (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) Há oito Vereadores
presentes. Não há quórum.
Estão encerrados os trabalhos da presente
Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 17h24min.)
*
* * * *